quarta-feira, 11 de julho de 2018

EDUCAÇÃO E CULTURA

11/07/2018 - 21h02

Divergências impedem votação do parecer sobre a “Escola Sem Partido”

Alex Ferreira/Câmara dos deputados
Reunião ordinária
Reunião da comissão foi marcada por manifestações a favor e contra a proposta
A comissão especial encarregada de analisar o Projeto de Lei 7180/14, do deputado Erivelton Santana (Patri-BA), que estabelece a chamada Escola Sem Partido, não conseguiu votar nesta quarta-feira (11) o parecer do deputado Flavinho(PSC-SP). Depois de três horas de discussões entre críticos e apoiadores da proposta, o colegiado precisou encerrar a reunião por causa do início da sessão do Congresso Nacional, às 19h40.
substitutivo do relator Flavinho prevê que cada sala de aula terá um cartaz com seis deveres do professor, entre eles o de não cooptar os alunos para nenhuma corrente política, ideológica ou partidária; e o de não incitar os estudantes a participarem de manifestações.
A reunião foi marcada por trocas de ofensas entre manifestantes favoráveis e contrários ao projeto. O presidente da comissão especial, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), precisou pedir, diversas vezes, que a plateia não interrompesse os pronunciamentos dos parlamentares. “Precisa haver respeito nas manifestações. Não agridam, não provoquem, e vamos trabalhar com tranquilidade. Faço um apelo ao bom senso de todos”, disse Marcos Rogério.
Obstrução e debates
Também houve discussões entre deputados favoráveis e contrários à votação do projeto. O PT, o PDT, o PCdoB, o Psol, a Minoria e a Oposição entraram em obstrução. O PP, o PSDB, o DEM, o PR, o PSD, o Podemos (Pode), o PTB, o Patriota (Patri), o MDB e o PRB defenderam a votação do projeto.

Na avaliação da deputada Erika Kokay (PT-DF), o projeto da Escola sem Partido faz parte do processo de ruptura democrática do País. “Esta proposta é um desrespeito aos educadores e representa a negação do outro, a lógica fascista de tentar transformar a educação numa expressão de pensamento único”, argumentou.
Para o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), “o Escola sem Partido vem exatamente no sentido de abrir o debate à pluralidade de ideias e não doutrinar os nossos alunos a adotar apenas uma corrente ideológica”.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que a proposta incentiva o ódio nas escolas. “Quem defende este projeto é contra a educação e a liberdade”, afirmou.
Já o deputado Lincoln Portela (PR-MG) disse que o projeto é uma resposta a tentativas de “amordaçar os cristãos que estão sendo vilipendiados nas escolas”.
Ainda não há previsão de data para a próxima reunião da comissão especial.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – João Pitella Junior 
Edição – Wilson Silveira

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