quinta-feira, 3 de maio de 2018

Salão do Livro

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Estudantes encenam adaptação de 'O Auto da Compadecida"

02/05/2018 16:41h
Uma plateia atenta e alegre aplaudiu os estudantes do 3º ano do Colégio Alvorada, em Marabá, que apresentaram a peça teatral adaptada de “O Auto da Compadecida”, obra do escritor paraibano Ariano Suassuna, na programação do 1º Salão do Livro do Sul e Sudeste do Pará, que prossegue até o próximo dia 06 (domingo), no Carajás Centro de Convenções. Cláudia Borges, professora de Literatura, informou que a peça fez parte de uma semana literária da escola, voltada às leituras do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“Foi um trabalho interdisciplinar com Português, Redação e Literatura. Nós buscamos valorizar o pensamento dos alunos, e cada um com sua personalidade deu corpo aos personagens. ‘Ariano Suassuna’ foi trabalhado porque é uma das obras que caem no Enem, e foi uma coisa gostosa de trabalhar porque estudamos o autor, o sotaque, expressões populares do Nordeste, vocabulário na Língua Portuguesa, o roteiro, o contexto histórico e a construção de cada personagem, respeitando o que o autor propôs para cada papel”, explicou.
Félix Oliveira, que fez João Grilo, disse que foi tranquilo encenar esse personagem devido à identificação com o papel. “Coincidiu de o João Grilo ter a ver um pouco com a minha personalidade. Consegui mesclar o meu jeito extrovertido de ser e essa malandragem da minha própria personalidade com o papel. Foi muito bom. A única dificuldade foi arranjar tempo, já que esse ano tem vestibular”, disse o estudante.
A mãe de Félix, Isabel Maria de Oliveira, aprovou o trabalho artístico do filho. “Cada dia ele me surpreende com uma coisa nova. Não é a primeira interpretação dele, que já fez outra peça. Estou só orgulho”, afirmou.
Os estudantes foram convidados por uma escola de Belém para apresentar a peça na capital, o que animou Willy Ribeiro, que fez o papel do sacristão. “A escola deu liberdade para adaptar as falas, e a gente ensaiou muito. Poder apresentar aqui e ainda receber esse convite para apresentar em Belém faz a gente se sentir bem valorizado”, ressaltou.
Reflexão - Em seguida, o público refletiu sobre as violências diretas e indiretas vivenciadas pelas mulheres com a performance do Coletivo Teatro Madalenas Tuíras, formado por estudantes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Estado (Unifesspa). Segundo Natália Lopes, estudante de Ciências Sociais, a intenção é relatar a opressão do dia a dia das mulheres, criando um momento de reflexão para todo o público.
O Coletivo Teatro Madalenas Tuíras foi criado no final de 2015, após a realização de uma oficina promovida pela Pró-Reitoria de Extensão da Unifesspa. Para Bruna Soares, do curso de Artes Visuais, “a ministrante, ao se deparar com as estudantes, viu um ambiente propício para criar o Coletivo de Teatro Madalenas”. A performance tem várias cenas, como a denúncia à estética imposta, a violência doméstica e psicológica dentro de casa, o assédio e o preconceito de gênero.  
O ápice é a libertação da mulher oprimida pela sociedade, que emocionou a estudante Márcia Lucena. “Estou com lágrimas na alma. É tudo o que a gente passa. Eu achei linda a expressão e a coragem delas”, enfatizou.
Por Kelia Santos

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