segunda-feira, 26 de março de 2018

Parque Estadual do Utinga recebe ararajuba resgatada pelo Ibama

Parque Estadual do Utinga recebe ararajuba resgatada pelo Ibama

26/03/2018 13:20h
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu, no dia 25 de fevereiro, uma Ararajuba que estava sendo mantida em cativeiro no bairro do Curió-Utinga, em Belém. O pássaro foi resgatado e entregue ao Parque Estadual do Utinga, onde está se recuperando dos maus-tratos.
Segundo o biólogo Marcelo Vilarta, do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), o animal apresentava muitos comportamentos anormais para sua espécie e também alterações físicas. “A Ararajuba já está muito humanizada. Ela se move de forma que não é comum para esses pássaros, aproxima-se muito facilmente de humanos e até emite sons que imitam o riso, por exemplo. As penas do peito também estavam muito maltratadas, o que indica que ela estava retirando as próprias penas por estresse”, explica o biólogo.
A ararajuba é adulta e estima-se que tenha sido capturada há cerca de 10 anos. O pássaro está sendo tratado no Parque do Utinga, já se alimenta de ração e de frutas nativas e apresenta aparente melhora. “Ele ainda apresenta comportamentos estereotipados e será necessário trocar todas as penas do peito e das asas. Acredito que vá levar mais de um ano para se recuperar totalmente”, acrescenta Marcelo Vilarta.
As ararajubas são pássaro que, até o início de 2018, estavam extintos em Belém. As últimas aparições deles pelos céus da cidade remontam aos anos 50 do século passado. Um projeto realizado em parceria entre o Ideflor-bio, a Fundação Lymington e o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo mudou esse quadro ao reintroduzir, no Parque Estadual do Utinga, 10 ararajubas. Os pássaros, criados em cativeiro, passaram por meses de adaptação até serem soltos e reincorporados ao ecossistema local.
Mesmo que as ararajubas já estejam de volta aos céus da Região Metropolitana de Belém, esses animais ainda figuram nas listas estaduais como vulneráveis à extinção. A caça, captura, perseguição e a morte desses animais silvestres são consideradas crime ambiental, de acordo com a lei n. 9605, de 1998. Ainda segundo essa legislação, práticas de tortura e maus-tratos a animais silvestres também são vetadas. A pena, para os criminosos, podem ir de seis meses a um ano de reclusão, com o aumento de metade da pena quando se trata de animais ameaçados de extinção.
Segundo a bióloga da Diretoria de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-bio, Nívea Pereira, é preciso que a população da RMB contribua para a preservação desse animais. “As ararajubas ainda estão vulneráveis e as pessoas precisam ter a consciência de que esses animais devem estar livres, no seu habitat natural, e não em cativeiro, em condições desfavoráveis. Todos devem contribuir, inclusive denunciando caso vejam alguma dessas aves presa”, afirma.
As denúncias devem ser feitas ao Ibama no Pará, pelo telefone (91) 3210-4775 ou pelo 0800-618080.
Por Dilermando Gadelha

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