segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Rodrigo Maia anuncia encontro com líderes para definir pauta sobre segurança pública

Rodrigo Maia anuncia encontro com líderes para definir pauta sobre segurança pública

Regulamentação do sistema integrado de segurança pública, anteprojeto que fortalece o combate ao tráfico de drogas e o projeto que altera a Lei de Execução Penal estão entre as prioridades
Fernando Frazão/Agência Brasil
Segurança - forças armadas - Exército nas ruas segurança pública reforço Rio de Janeiro tropas soldados
A aprovação da intervenção federal no Rio de Janeiro acelerou o debate na Câmara sobre projetos da área de segurança pública 
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciou que na próxima terça-feira (27) deve definir, durante reunião com os líderes partidários, o cronograma de votação da pauta específica de propostas para combater a violência no País.
Para Maia, a intervenção federal na área de segurança pública do estado do Rio de Janeiro impõe ao Parlamento uma pauta que garanta leis mais duras de punição ao crime organizado e de combate aos tráficos de drogas e de armas, além de permitir à União assumir a coordenação da segurança pública no País.
Segundo o presidente da Câmara, entre os projetos considerados prioritários estão a regulamentação do sistema integrado de segurança pública; o anteprojeto que fortalece o combate ao tráfico de drogas, do ministro do STF Alexandre de Moraes; e o projeto de mudanças na Lei de Execução Penal (PL 9054/17) que veio do Senado.
“Desses três projetos, pelo menos o sistema integrado e a lei de execuções penais estarão prontos para que eu possa levar para a discussão dos líderes e, se possível, na própria semana, começar a discuti-los. Eles também têm peso e urgência importantes não apenas para o Rio de Janeiro, mas para todo o Brasil", disse Rodrigo Maia. 
Ministério da Segurança
O líder do governo, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), concorda com essa pauta prioritária e já projeta outras propostas nessa área. “O governo Michel Temer também já aponta com a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública para ajudar e focar nessa formulação de política específica. E evidentemente que isso se reflete na necessidade de ter recursos financeiros para investimento nessa área”, disse.
O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), destaca os pontos principais que devem constar do sistema integrado de segurança pública. “A questão central é a unificação das polícias nos estados, pacto nacional, fórum permanente para gestão desse pacto, definição de um fundo nacional para financiar [a segurança pública] e a integração das ações. Eu prefiro o caminho democrático duro, seguro, com prevenção e com ações ostensivas. E principalmente com integração nos órgãos de segurança pública para combater o tráfico de drogas e a entrada de armamentos pesados, além de ações preventivas no campo social para envolver a juventude”, observou.
Para o presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Capitão Augusto (PR-SP), o endurecimento das penas é a melhor solução imediata, apesar das críticas a essa medida. “A gente vê os pseudo especialistas na área de segurança falando que tem de investir na área social e em educação. Todo mundo sabe disso, só que isso leva 30, 40, 50 anos para surtir resultado e nós precisamos ter resultado agora, imediato. E a única solução a curto prazo é o endurecimento da legislação penal: mudar o Código Penal, o Código de Processo Penal e a Lei de Execuções Penais. O marginal é tudo, menos bobo. Então, ele coloca na balança para ver se compensa ou não compensa cometer o crime”, avaliou o deputado.
Fronteiras
Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Paulão (PT-AL), avalia que o foco do combate à violência deveria estar nas fronteiras e não nas periferias das grandes cidades. Na redefinição do modelo de segurança pública do País, Paulão exige consulta prévia e permanente à população e às universidades.
“A gente tem um fórum de segurança pública, do qual a base principal é a Universidade de São Paulo, que faz esse levantamento no sentido de ter investimento com políticas interligadas, na perspectiva de ouvir a sociedade. Uma das poucas políticas que não tem a opinião da sociedade é a segurança pública. Os estados têm apenas os conselhos estaduais de segurança formados só por técnicos: polícias civil e militar, Forças Armadas, Ministério Público Estadual e, no máximo, OAB. E quem mora na periferia, onde tem o maior conflito, não opina? Será que ele não sabe o modus vivendi? Como se tem uma polícia comunitária sem ouvir a sociedade? Então, esse modelo está falido”, disse Paulão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário