ESPAÇO
“Se o carro não recebeu nenhuma proteção para lidar com a radiação presente no espaço, seus componentes eletrônicos e partes orgânicas (como borracha e fibra de carbono) vão começar a se degradar logo após o veículo sair da atmosfera terrestre”, explica Annibal Hetem Júnior, professor de manobras orbitais da Universidade Federal do ABC e especialista em propulsão espacial e distribuição espectral de energia.
Roadster enviado ao espaço pela SpaceX passou dos 72 mil km/h para escapar da órbita da Terra. E irá "rodar" mais de 250 milhões de quilômetros

A foto que você manda quando te perguntam, em pleno carnaval, se você está por perto para ajudar no escritório (Reprodução/YouTube/Divulgação)
Muito foi dito na última semana sobre o lançamento do foguete pesado da SpaceX que levou em seu voo pioneiro rumo à Marte (e além) o Tesla Roadster de uso pessoal de Elon Musk.
O empreendedor é dono da fabricante do carro elétrico e também da empresa que desenvolveu o foguete. Mas, agora que o esportivo chegou lá em cima, o que acontece com ele? Vai dar para acelerar no planeta vermelho? Vai voltar um dia?“Se o carro não recebeu nenhuma proteção para lidar com a radiação presente no espaço, seus componentes eletrônicos e partes orgânicas (como borracha e fibra de carbono) vão começar a se degradar logo após o veículo sair da atmosfera terrestre”, explica Annibal Hetem Júnior, professor de manobras orbitais da Universidade Federal do ABC e especialista em propulsão espacial e distribuição espectral de energia.

Um não é bom, dois também não, nem três. O Falcon Heavy precisa de VINTE E SETE foguetes Merlin para chegar ao espaço (Reprodução/YouTube/Internet)
A SpaceX não deu detalhes do que foi feito no Roadster de Musk, mas nas fotos é possível ver que, pelo menos, os pneus foram esvaziados. No vácuo quase absoluto do espaço, a borracha dos compostos não conseguiria segurar o ar em seu interior e iria inchar até explodir.

O Falcon Heavy mal sentiu o peso do Tesla: o maior foguete em uso atualmente pode levar até 64 toneladas (Reprodução/YouTube/Internet)
A ausência de pressão atmosférica também faria com que o fluido de freio entrasse em ebulição, rompendo mangueiras e reservatórios e se espalhando pela cabine.
Musk afirmou que seus funcionários colocaram uma toalha no porta-luvas do carro (seguindo a dica do escritor Douglas Adams em O Guia do Mochileiro das Galáxias) que poderia ser útil para limpar a bagunça, mas é mais provável que todos os líquidos do Roadster também tenham sido removidos.
Esqueci o adaptador

“Não entre em pânico!”, diz a mensagem em homenagem a Douglas Adams. Faz sentido: no espaço, o GPS do carro não funciona (Reprodução/YouTube)
Todos esses cuidados não impediriam que o carro sequer ligasse, já que, a essa altura, seus circuitos eletrônicos já foram fritos pela radiação.
“O campo magnético da Terra nos protege dessa radiação, mas no espaço é preciso armazenar os componentes em caixas com escudos metálicos de proteção”, explica Hetem.
A questão do acesso à energia elétrica é mais fácil de resolver no espaço do que na Terra. Por não ter uma atmosfera entre o carro e o Sol, seriam necessários poucos painéis solares para gerar eletricidade suficiente para recarregar o conversível.
Toda essa energia também significa calor imbatível para qualquer ar-condicionado. “O lado do carro exposto ao Sol pode ultrapassar os 300º C, enquanto a parte no escuro ficará a -100º C.
FONTE:QR
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