Exemplo usado por Oswaldo, Otero quer manter "melhor momento" e critica Micale

Meia venezuelano muda de lado em 2018 e espera manter boa média de gols nesta temporada; reserva nos tempos do ex-treinador é lembrada

Por Guilherme Frossard e Rafael Araújo, de Belo Horizonte

21/01/2018 06h50  Atualizado há 5 horas

Com cinco gols nas últimas três partidas da temporada 2017, o meia Otero viveu, na reta final do ano passado, o seu melhor momento da carreira, quando virou titular e foi decisivo. A temporada acabou, um novo ano começou e o trabalho do venezuelano na pré-temporada é para tentar manter o nível de dois meses atrás no início dos jogos em 2018.

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A fórmula para manter o sucesso: humildade. Segundo Otero, manter o nível de trabalho, dentro e fora de campo, será fundamental para seguir crescendo dentro do Atlético-MG e ter boas atuações, assim como em 2017.

- Mantendo a mesma humildade que eu tinha o ano passado, quando terminei o ano muito bem. Foi uma das melhores fases da minha carreira. Acho que ter esse mesmo comportamento fora do campo é muito importante para começar o ano bem. Tenho que treinar muito, focar no treino, e isso me levou a terminar o ano muito bem. Espero começar o ano muito bem novamente.

Otero quer manter a boa fase do fim de 2017 com uma receita simples: humildade e trabalho (Foto: Bruno Cantini/Flickr do Atlético-MG)

O crescimento de Otero está diretamente ligando à chegada do técnico Oswaldo de Oliveira. Com Roger Machado ele teve algumas oportunidades, mas não sequência no time titular. Já com Rogério Micale, foi apenas reserva. E a passagem de Micale no comando do Galo não é bem lembrada pelo meia.

- Com o Micale eu entrava nos jogos faltando 15 ou 20 minutos, fazia gol, entrava bem e seguia no banco. Eu treinava bem. É escolha do treinador. Estava tranquilo, esperando minha oportunidade, e agora o Oswaldo me deu oportunidade, me deu confiança. Quando a gente tem confiança, pode fazer muita coisa.

Para 2018, uma novidade será o posicionamento de Otero, que deixa o lado direito e passa a jogar mais pelo lado esquerdo. O meia explicou a mudança e brincou que não tinha como tirar Robinho do lugar que ele gostava de jogar.

- Eu sempre joguei pela esquerda, mas ano passado estava Robinho por lá, e não ia tirar ele (risos). Agora chegou o Róger Guedes, que gosta de jogar pela direita. Vou jogar pela esquerda, cortar para o meio e bater para o gol. Isso que o Oswaldo pediu - completou.

Com a entrada de Róger Guedes no time, Otero já está treinando na posição onde jogou a maior parte da carreira: pela esquerda (Foto: Rafael Araújo)

Em 2017, Otero marcou 14 gols em 55 partidas, grande parte em faltas e chutes de longe. Um deles, contra o Coritiba, foi um dos mais bonitos do Brasileirão, quando o meia bateu do meio de campo e mandou no ângulo de Wilson (reveja no vídeo abaixo). Nesta temporada, Otero começa o ano como titular e está confirmado para o jogo contra o Democrata GV, neste domingo, às 17h (de Brasília), no Independência. Será que vem mais golaço?

"Anãozinho" exemplo

Unanimidade na bola parada, terror dos goleiros nas cobranças de falta, raçudo, rápido. Além de tudo isso, Otero foi usado como exemplo pelo treinador Oswaldo de Oliveira por outra qualidade: a perseverança. Quem revelou foi o volante Elias, que brincou, também, com a baixa estatura do colega.

- O Oswaldo sempre vem citando ele nas palestras. Ele é um exemplo para os jogadores que estão chegando e para os que estão retornando. Um exemplo de trabalho, de perseverança, de nunca desistir. Chegou a ser quarta, quinta opção. Hoje é titular absoluto, dono da bola parada, e, com certeza, o Atlético vai ter que fazer muita força para segurá-lo no meio do ano. Torço para que ele continue sendo essa pessoa que ele é, não só dentro de campo, mas também fora de campo. É um garoto, é o anãozinho da turma (risos). É dedicado, escuta os mais velhos. Com certeza vai conquistar muita coisa aqui e na carreira.

Elias elogiou muito o companheiro Otero (Foto: Reprodução/ SporTV)

Otero confirmou o que disse Elias e disse que já passou por isso em outros lugares. A experiência - apesar dos 25 anos - já está ajudando alguns garotos, como Marco Túlio, por exemplo, um dos jogadores promovidos ao profissional nesta temporada.

- Eu vivi isso muitas vezes, não só no Atlético. No Chile, na Venezuela também. Todo jogador vai ter oportunidade, só tem que esperar a hora certa. Falo muito com o Marco Túlio, por exemplo, que está começando agora. Falo para ele ficar tranquilo, é muito jovem ainda, vai ter oportunidade. Na pré-temporada o Oswaldo falou que eu era um exemplo. Estava sempre no banco e acabei sendo uma peça importante para o time. Gostei muito. O jogador só precisa de oportunidade, graças a Deus eu tive a minha, aproveitei, consegui fazer grandes jogos e ajudar os meus companheiros, que é o mais importante.

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