DF é condenado a pagar indenização a família de presa morta na Colmeia
Interna de 26 anos morreu 'por asfixia' em cela com outra detenta. Desembargadores entendem que providências tomadas pelo Estado revelaram 'proteção insuficiente'; cabe recurso.
Interna de 26 anos morreu 'por asfixia' em cela com outra detenta. Desembargadores entendem que providências tomadas pelo Estado revelaram 'proteção insuficiente'; cabe recurso.
Fachada da Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia (Foto: TV Globo/Reprodução)
A família de uma presa encontrada morta em cela da penitenciária feminina do Distrito Fedral (Colmeia) ganhou na Justiça o direito a uma indenização de R$ 50 mil, por danos morais, paga pelo governo local. A decisão de desembargadores da 7ª Turma Cível foi divulgada nesta segunda-feira (22). Cabe recurso.
De acordo com o processo, parentes da vítima afirmam que a mulher de 26 anos era diagnosticada com doença psiquiátrica e, por esse motivo, deveria ter sido colocada em cela separada das demais presas, o que não ocorreu. A perícia constatou que a interna morreu por asfixia, em agosto de 2015.
Na noite anterior à morte, a vítima teria ateado fogo na cela que ocupava. No entendimento dos desembargadores, este foi um "sinal contundente" de que a detenta necessitava de especial atenção "não só nas horas seguintes, mas nos dias posteriores".
"Embora correta a ação de contenção do fogo e cuidado com o estado físico das internas, os agentes negligenciaram no dever de cuidado com o quadro psíquico daquelas, tanto que as transferiu, juntas, para o mesmo novo local", afirma o relator do caso, desembargador Romeu Gonzaga.
"No meu entendimento, as providências tomadas pelos agentes estatais revelaram proteção insuficiente, tanto que resultou no óbito da detenta."
Em recurso apresentado anteriormente à última decisão, o governo do Distrito Federal contesta a afirmação de responsabilidade objetiva sobre o acontecido e propõe a hipótese de responsabilidade subjetiva, ou seja, alega desconhecer possíveis motivos para eventual suicídio da interna ou desentendimentos com a parceira.
"Não haveria, portanto, culpa ou falha na prestação do serviço."
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