terça-feira, 19 de dezembro de 2017

DISTRITO FEDERAL

Mulher que perdeu marido e filho pede pena máxima para acusado

Em entrevista ao Metrópoles, Ana Karina Aguiar revela a dor, a revolta, o medo e a tristeza após duplo homicídio no Jardim Botânico

    Arquivo pessoal
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A noite do dia 8 de dezembro foi de dor, tristeza e revolta para a família da assistente administrativo Ana Karina de Macedo Matos de Aguiar, 47 anos. Ela viu o marido, Anderson Ferreira de Aguiar, 49, e o filho mais velho, Rafael Macedo Aguiar, 21, serem assassinados com pelo menos oito tiros. O cenário do crime bárbaro foi o condomínio Estância Quintas da Alvorada, no Jardim Botânico. O autor: um vizinho. O motivo seria um desentendimento por conta de uma lixeira.
Concursado do Ministério Público da União (MPU) e lotado na Procuradoria-Geral da República (PGR), Roney Ramalho Sereno, 43, está preso preventivamente pelo crime que chocou a capital do país neste fim de ano. Depois da tragédia, a família se mudou do condomínio. Mesmo assim, a viúva ainda teme por sua vida e a dos outros dois filhos. “A ida dele (Roney) para a Papuda nos faz respirar. Mas, alívio mesmo, só quando ele for condenado à pena máxima e permanecer o resto da vida atrás das grades”, diz Karina.
O suspeito deixou a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), ao lado do Parque da Cidade, onde estava preso desde o dia do crime, e foi transferido para Papuda no dia 12 de dezembro. Roney vai aguardar os próximos passos das investigações detido.
Segundo Karina, ela e os filhos deixaram o imóvel que a família mora e foram para a casa de parentes, no Guará. “Precisamos voltar e continuar a nossa vida, mas estamos com medo. Não quero perder mais ninguém da minha família”, disse.
Segundo ela, no dia do crime, após balear Anderson e Rafael, Roney ainda ameaçou o filho do meio. “Eu corri na direção dele e ele disse que iria atirar na minha cara. Que só faltava a gente”, acrescenta. Segundo ela, a mulher de Roney também tem responsabilidade na tragédia. “Ela foi conivente com o crime. Viu ele assassinar a minha família cruelmente e não fez nada. Depois, ainda o ajudou a fugir. Não queremos morar ao lado de uma pessoa assim”, garante.
Expulsão
No dia do crime foram encontrados no interior da casa do acusado, na Quadra 2, Conjunto 7, um revólver, uma pistola, uma espingarda e mais de 30 mil munições. Roney fazia parte da Federação Brasiliense de Tiro Esportivo (FBTE). Após o duplo homicídio, a entidade confirmou a expulsão do filiado.
Vizinhos informaram à polícia que os desentendimentos entre os envolvidos se arrastavam desde 2014. Segundo a Polícia Militar, tudo começou porque o autor dos disparos havia instalado uma lixeira próximo à casa das vítimas. De acordo testemunhas, Roney também sempre mandava caminhões com materiais de construção estacionarem em frente à residência dos Aguiar.
Em nota, a PGR informou que vai abrir um procedimento administrativo, tendo em vista que Roney é servidor efetivo do MPU. “Ele será exonerado do cargo em comissão que ocupa e está com o salário suspenso, pois não está no efetivo exercício das funções”, informa o órgão.
Tragédia anunciada
Funcionários do condomínio onde ocorreu o crime relataram à polícia que o autor dos disparos teria enviado uma carta para as vítimas fazendo ameaças. O envelope foi acompanhado de uma munição de arma de fogo. O Metrópoles teve acesso ao documento.
REPRODUÇÃO
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Em carta, acusado teria dito que “todos pagarão”
Em depoimento à polícia, a mulher de Roney Sereno relatou que Anderson era muito nervoso e sempre “implicava com coisas pequenas”, tais como objetos encostados no muro, na lixeira ou com veículos estacionados em sua porta.
Ainda de acordo com a declaração dela, os vizinhos jogavam fezes de cachorros em frente à sua residência. A família Aguiar negou. A mulher ressaltou, por fim, que não presenciou a briga e acordou assustada com o barulho de disparos de arma de fogo.
 

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