quinta-feira, 30 de novembro de 2017

IOE entrega acervo e lança obra durante Salão do Livro

IOE entrega acervo e lança obra durante Salão do Livro

30/11/2017 10:55h
A aldeia Nova Vista, onde está localizada a Escola Nossa Senhora de Fátima de turmas da alfabetização ao 9º ano e Ensino Médio Modular (Indígena), será o novo ponto do espaço literário do Livro Solidário. A aldeia é bem distante da capital paraense e abriga descendentes de povos indígenas que habitavam a região do Baixo Amazonas antes da colonização portuguesa.
Pela primeira vez uma comunidade indígena vai receber o projeto. O acervo é diferenciado com 400 obras de cunho diverso, mas o suficiente pra abrir o imaginário das crianças. Além do acervo, a Imprensa Oficial do Estado, coordenadora do projeto, ainda vai doar o material de identidade visual do espaço Literário.
A aldeia Nova Vista está situada à margem esquerda do rio Arapiuns, no município de Santarém, região oeste paraense. A entrega do acervo vai ocorrer durante o X Salão do Livro do Baixo Amazonas, no período de 24 de novembro a 03 de dezembro, no Espaço Pérola do Tapajós, centro da cidade de Santarém. A entrega do acervo será nesta sexta-feira (1), às 17h, no estande da IOE, uma das patrocinadoras do Salão.
O espaço de leitura do projeto Livro Solidário é coordenado pela Imprensa Oficial do Estado e Núcleo Articulação e Cidadania. Mais de 50 mil livros já foram entregues em locais espalhados por Belém e alguns municípios do interior do Estado. Para chegar até a aldeia Nova Vista, de educação indígena, foi necessário a articulação entre a diretora Carmen Palheta e a jovem estudante Luanna Cardoso Oliveira, acadêmica do grupo de pesquisa Lelit-Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará).
A estudante tinha a ideia em instalar o espaço de leitura para incentivar o hábito entre as crianças da aldeia. “No local, moram 56 famílias com cerca de 230 pessoas e havia necessidade de um espaço dedicado à leitura, então, eu pensei na abertura de um local assim. Ai eu fui pra Belém, e conheci o projeto da Imprensa Oficial. Agora, estamos ganhando esse espaço. É a realização de um sonho”, comemora.
Luanna diz que os alunos enfrentam muitas dificuldades na aldeia: “A comunidade Nova Vista tem como primeira língua o português, entretanto, está afastada dos meios de produção cultural que podem resgatar a cultura. Não circulam livros (com exceção dos didáticos), a escola da comunidade não possui biblioteca, não existe ponto de internet (está instalada uma antena, mas não tem viabilidade para o sinal de internet), a maioria dos professores não pertence à comunidade”, pontuou.
A falta de leitura dificulta a trajetória escolar e acadêmica de muitos jovens da aldeia, ainda segundo Luanna Cardoso. “A educação dentro da aldeia não é suficiente para prepará-los, e a migração para o meio urbano é frustrante em alguns casos”, acrescentou a jovem.
Ainda segundo Luanna Cardoso, a importância do espaço literário em uma comunidade indígena é muito grande. Com os livros, Luanna pretende ampliar o leque de oportunidades pra as crianças da aldeia. “O projeto vai ajudar, usaremos a interdisciplinaridade como estratégia para despertar a curiosidade e o interesse das crianças pelos livros. Será uma mudança significativa”, disse ela, que não esconde a emoção em realizar um sonho que vai beneficiar a ela, como profissional da educação, e as crianças da comunidade indígena.
Livro : modo de fazer cuias
Tomar um gostoso tacacá faz parte da cultura gastronômica do paraense. O caldo composto por tucupi, camarão, goma e folhas de jambu é servido em cuias ricamente desenhadas. A história do objeto tipicamente paraense é contada no livro ‘Modo de fazer cuias do Baixo Amazonas’, editado pela Imprensa Oficial do Estado, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e que será lançado nesta sexta-feira (1), às 18h, no estande da autarquia durante o X Salão do Livro do Baixo Amazonas, em Santarém.
Organizado pelo arquiteto-urbanista, especialista em paisagismo, mestre e doutor em arquitetura, Giovanni Blanco Sarquis, com texto de Luciana Gonçalves de Carvalho, a obra faz parte da série Minha História, Nossa Cultura idealizada por Sarquis com o propósito de informar e promover o patrimônio cultural do Estado, “no caso em questão, o patrimônio imaterial; portanto, as celebrações, os modos de fazer, as formas de expressão que definem nossa identidade”, pontua o arquiteto.  “Trata-se de um saber que, mesmo com as alterações sofridas ao longo do tempo, guarda marcas de tradições de populações do Baixo Amazonas, notadamente de Santarém e Monte Alegre; tendo isso sido determinante para o registro dessa prática como patrimônio cultural do Brasil”, ressalta.
O historiador e especialista em Antropologia Social, Aldrin Moura de Figueiredo - que assina o prefácio da obra -, lembra que a cuia, no nosso Estado, serve pra tudo. E exemplifica: “É utensílio pra tirar água de canoa, pra botar farinha na mesa, pra tomar tacacá, pra tomar açaí, pra tomar mingau. Serve também pra enfeitar casa, vestido e chapéu na quadra junina. Cuia é hoje objeto de admiração da alta gastronomia, por harmonizar gosto e beleza”.
Feitas com frutos da árvore popularmente denominada cuieira (Crescentia cujete), são particularmente conhecidas as cuias provenientes dos municípios paraenses de Santarém e Monte Alegre, situados na região do Baixo Amazonas, onde chamam a atenção de observadores desde o século XVI. “Em todo o período colonial, missionários, viajantes e naturalistas estrangeiros descreveram essa classe de objetos e seus modos de fazer e usar”, observa Luciana Carvalho no livro.
Giovanni Sarquis disse que a obra só está sendo possível de ser lançada devido à preciosa participação da IOE na produção e impressão da série. A obra é ilustrada com fotografias de Carlos Matos Bandeira.
Para o presidente da IOE, Cláudio Rocha, “é uma honra para a Imprensa Oficial participar do lançamento de uma obra que vai contribuir para eternizar uma cultura que está presente no dia a dia dos paraenses”.  
SERVIÇO
Livro ‘Modo de fazer cuias do Baixo Amazonas’
Data: 1º de dezembro de 2017
Hora: 18h
Local: X Salão do Livro do Baixo Amazonas, em Santarém
Entrada Franca.

 
Por Ronaldo Quadros
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