Rodoviários suspendem greve, mas podem cruzar os braços na quinta
Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, categoria decidiu retomar as atividades, mas os serviços só devem voltar na terça
Os rodoviários decidiram, na tarde desta segunda-feira (28/8), suspender a paralisação que deixou o Distrito Federal sem ônibus nesta manhã. A decisão foi tomada durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Os serviços, no entanto, só devem ser retomados na madrugada de terça (29).
Apesar da decisão, motoristas e cobradores podem voltar a cruzar os braços ainda nesta semana. Às 9h30 de quarta (30), a categoria fará assembleia para avaliar se houve avanço na negociação com os patrões. A depender da situação, pode haver nova paralisação a partir da madrugada de quinta-feira (31). Os trabalhadores pedem aumento de salário aos empresários.
A audiência no TRT foi realizada horas após a Justiça determinar que os rodoviários retornem ao trabalho ainda nesta segunda-feira (28), sob pena de pagarem multa diária de R$ 1 milhão. A decisão é uma resposta à ação impetrada pelo GDF.
De acordo com a decisão, a categoria tem que estar 100% trabalhando nos horários de pico e pelo menos metade da frota deve circular nos demais horários. Segundo o juiz Carlos Fernando Fecchio dos Santos, da 4ª Vara da Fazenda Pública, “não se nega claro o direito de greve consagrado constitucionalmente, mas de tal não pode decorrer a total paralisação de serviço essencial”.
LegislaçãoDe acordo com a Lei 7.783, de 1989, que estabelece as diretrizes legais para deflagração de greve, as entidades patronais precisam ser informadas da paralisação com, pelo menos, 48 horas de antecedência. Além disso, a decisão deve ser tomada em assembleia geral dos funcionários. A legislação prevê que empregadores e trabalhadores, em comum acordo, garantam a prestação dos serviços indispensáveis, com o atendimento das necessidades básicas da comunidade.
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) falou sobre a paralisação, que não foi comunicada à sociedade. “Pedimos a ilegalidade da greve. Essa greve é um desrespeito à população que precisa do transporte público para trabalhar. Os rodoviários já tiveram reajuste de acordo com a inflação na data-base”, disse Rollemberg.
“Causar confusão”
Para garantir a adesão ao movimento de 100% dos trabalhadores das cinco empresas que operam na cidade, diretores do Sindicato dos Rodoviários realizaram protestos em frente a alguns terminais nesta manhã. Em áudios e vídeos gravados durante as manifestações, um representante do sindicato diz que a categoria tem que causar confusão e que é preciso radicalizar “um pouquinho”.
Para garantir a adesão ao movimento de 100% dos trabalhadores das cinco empresas que operam na cidade, diretores do Sindicato dos Rodoviários realizaram protestos em frente a alguns terminais nesta manhã. Em áudios e vídeos gravados durante as manifestações, um representante do sindicato diz que a categoria tem que causar confusão e que é preciso radicalizar “um pouquinho”.
“Se eles endurecerem o jogo, vão conseguir uma decisão liminar e na sequência virão as ameaças. Nós temos que enfrentar isso unidos e sem medo. Se quebrar carro na rua, não vai ser pego não, sejam inteligentes”, diz o representante no carro de som enquanto convence a categoria.
Negociação
No início de julho, os rodoviários conseguiram 4% de aumento. Agora, pedem mais 2% para que o ganho seja real (acima da inflação) e ainda que não haja cortes nos planos de saúde e odontológico (além de aumento dos valores), assim como aumento na carga horária de trabalho.
No início de julho, os rodoviários conseguiram 4% de aumento. Agora, pedem mais 2% para que o ganho seja real (acima da inflação) e ainda que não haja cortes nos planos de saúde e odontológico (além de aumento dos valores), assim como aumento na carga horária de trabalho.
As empresas ofereceram reajuste salarial total de 4,5% mais reajustes relativos aos benefícios de alimentação (5%), plano de saúde (12%), odontológico (12%) e cesta básica (6%). A categoria não aceitou a proposta e as reivindicações são: 6% de reajuste salarial, alimentação (7%), plano de saúde (16%), odontológico (16%) e cesta básica (8%).
Metropoles
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