Participantes de audiência defendem duplicação de BR-163 e escoamento de produção pelo norte
Uma das soluções para
os problemas logísticos enfrentados por Mato Grosso passa pelos portos
da região Norte. Para isso, no entanto, é preciso melhorar a malha
viária que corta o estado, como os corredores das BRs 163 e 364,
disseram os participantes de uma audiência pública sobre o tema nesta
segunda-feira (7), em Cuiabá.
Presidida pelo senador Wellington
Fagundes (PR-MT), a reunião foi realizada pelas Comissões de
Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e Senado do Futuro (CSF), em
parceria com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
— A questão é estratégica, mas não se
trata só de produção agrícola, mas de segurança para a população. A
ineficiência do transporte custa ao Brasil 6% do PIB por ano. Mato
Grosso tem maior custo de frete do país. Uma das alternativas é o Arco
Norte, onde os produtos podem ser escoados em portos como Itaqui, no
Maranhão, e Miritituba, no Pará — defendeu Fagundes.
O diretor do Movimento Pró-Logística,
Edeon Vaz Ferreira, afirmou que a safra de milho e soja do Mato Grosso
crescem a cada ano e o estado ainda tem 15 milhões de hectares que podem
ser incorporados à agricultura. No entanto, continuou, o aumento da
produção está atrelado a questões logísticas.
O superintendente estadual do Dnit,
Orlando Machado, admitiu que Mato Grosso tem um débito histórico no que
diz respeito à conservação de pavimentos das rodovias; entretanto, a
situação tem melhorado nos últimos anos, garantiu.
— Hoje, quando se leva em conta a
condição de pavimento, Mato Grosso está em 8º lugar num ranking do Dnit.
Em 2001, 52% da malha viária era considerada de má qualidade e só 4%
estavam em boas condições. Hoje temos um índice de 60% bom e apenas 19%
ruim — declarou.
Cooperação
Antes do evento, houve a assinatura de
acordos de cooperação técnica entre o Dnit e a prefeitura de Cuiabá e a
Associação Matogrossense dos Municípios relativos à duplicação da
BR-163, trecho entre a capital e Serra de São Vicente.
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro,
disse que por muitos anos a população vem convivendo com os perigos
oferecidos pelas BRs 364 e 163. Segundo ele, o poder público municipal
não poderia ficar ausente ou omisso diante de obras tão relevantes, daí a
importância da assinatura dos acordos.
— Não vamos atravancar o
desenvolvimento da capital, mas é preciso ação coordenada com outros
órgãos federais e estaduais. São obras que impactam diretamente o
conforto e a qualidade de vida dos cuiabanos — afirmou.
Visitas
Pela manhã, os participantes da
audiência visitaram a obra viária do contorno Norte de Cuiabá, de
responsabilidade do Dnit. À tarde, houve uma visita às obras de
duplicação da BR-163 entre Cuiabá e Serra de São Vicente.
A BR-163 tem quase 3.500 km e cruza os
estados do Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul. Ainda há trechos não pavimentados, bem como outros
entregues a iniciativa privada, que é responsável pela duplicação. No
Mato Grosso, a concessionária Roda do Oeste é responsável por 850
quilômetros da via.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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