Militares se rebelam no norte da Venezuela, mas são rendidos, diz governo
Duas pessoas morreram e um ficou ferida. Segundo o chavista Diosdado Cabello, 'vários terroristas' foram detidos durante incidente.
Por G1
Um grupo de militares do chamado Forte Paramacay, no estado de
Carabobo, na Venezuela, promoveu um levante neste domingo (6) contra o
governo de Nicolás Maduro. O grupo divulgou um vídeo em que anunciou a
rebelião e pediu uma ampla revolta contra Maduro, além de eleições
livres, mas foi rendido por outros membros das forças de segurança,
segundo anunciou o presidente.
Durante a rebelião, duas pessoas morreram e outra ficou ferida, disse
Maduro. A base militar tomada pelos insurgentes fica na cidade de
Valência, a cerca de 160 quilômetros de Caracas, e tem o principal
conjunto de blindados da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), o
exército venezuelano.
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Grupo de militares da
Venezuela aparece em vídeo em que anuncia rebelião contra 'tirania
assassina' de Maduro (Foto: Operation David Carabobo/Handout via
REUTERS)
De acordo com a correspondente da GloboNews, Eliana Jorge, vizinhos da
região ouviram detonações nas proximidades do comando. De acordo com
ela, a Brigada de Valência é uma das que têm maior poder de fogo no
país.
Os arredores do forte, sede da 41ª Brigada do Exército, foram
protegidos por helicópteros e militares em tanques e fortemente armados,
num ambiente de alta tensão.
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Dezenas de pessoas se manifestaram em apoio ao grupo de militares que
se rebelou. O ato começou após a notícia da invasão do quartel. Os
primeiros manifestantes começaram a pedir a pedestres que passavam pelas
imediações da base para que se unissem a eles. Os participantes foram
dispersados pelas forças de segurança enquanto cantavam o hino nacional e
gritavam palavras de apoio aos militares insurgentes.
Tirania assassina'
No vídeo divulgado por eles, um grupo de 20 homens com trajes militares
e armas acompanham um porta-voz, identificado como capitão Juan
Caguaripano, que se declara em rebeldia contra "a tirania assassina de
Nicolas Maduro" e diz que tem o apoio de de tropas na ativa e de
reserva, de policiais e "homens e mulheres valentes amantes da paz e da
liberdade".
Tirania assassina'
No vídeo divulgado por eles, um grupo de 20 homens com trajes militares
e armas acompanham um porta-voz, identificado como capitão Juan
Caguaripano, que se declara em rebeldia contra "a tirania assassina de
Nicolas Maduro" e diz que tem o apoio de de tropas na ativa e de
reserva, de policiais e "homens e mulheres valentes amantes da paz e da
liberdade".
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Moradores de Valência,
na Venezuela, fazem barricada durante manifestação contra o presidente
Nicolás Maduro (Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares)
"Nos declaramos em legítima rebeldia, unidos hoje mais do que nunca,
com o bravo povo da Venezuela para rejeitar a tirania assassina de
Nicolás Maduro. Esclarecemos que isso não é um golpe de Estado, é uma
ação cívica e militar para restabelecer a ordem constitucional", afirma
Caguaripano no vídeo.
“Como militares institucionais, reconhecemos e respeitamos a Assembleia
Nacional [de maioria opositores]. Mas exigimos que esta reconheça e
respeite a vontade de um povo para livrar-se da tirania”, afirma.
“Exigimos a formação imediata de um governo de transição e eleições
gerais livres, com poderes públicos independentes”, acrescenta.
De acordo com a agência Efe, Caguaripano está afastado da GNB por
traição à pátria e rebelião em 2014, quando tornou público seu desprezo à
chamada revolução bolivariana após a represália aos protestos
antigovernamentais daquele ano, que tiveram saldo de 43 mortes, segundo
um balanço oficial.
A partir daquele momento, ele permaneceu na clandestinidade e foi
apontado como um dos artífices de um plano golpista frustrado em 2015
que incluía matar Maduro, segundo o chavismo governante, e recebeu o
nome de "Operação Jericó".
Militares detidos
O exército atribuiu o ataque à oposição, de acordo com a agência Efe.
Júlio Borges, líder da oposição no Parlamento venezuelano, retrucou a acusação e exigiu que Maduro diga a 'verdade' sobre o atentado.
O governo qualifica o ocorrido como um "ataque terrorista". O dirigente
chavista Diosdado Cabello fez o anúncio da rebelião logo após a
divulgação do vídeo: "Na madrugada atacantes terroristas entraram no
Forte Paramacay em Valência, atentando contra a nossa FANB. Vários
terroristas detidos".
G1
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