quinta-feira, 24 de agosto de 2017

ESPORTES

Flamengo derrota o Botafogo 


volta à final da Copa do Brasil


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Diego marcou o gol da vitória do Flamengo - Guito Moreto

Até é verdade que o modelo de jogo que o colombiano Reinaldo Rueda tenta implantar, em seus poucos dias de Flamengo, prevê a circulação rápida da bola pelo meio para que, eventualmente, os pontas recebam em boas condições para tentar vencer seus marcadores. Mas há coisas no futebol que transcendem o planejamento. Uma delas, o drible de Berrío, desatou o nó de uma eliminatória dura, embora dominada por mais tempo pelo Flamengo, em especial no segundo jogo, o de ontem. O que justifica a vitória por 1 a 0 no Maracanã e a passagem para a final da Copa do Brasil.
- É pra esses momentos que nós trabalhamos. Um gol neste jogo tem um peso muito grande - disse Diego, autor do gol da classificaçao.
Não brotavam tantas chances, embora o Flamengo tivesse o controle. O Botafogo, ainda que confiante em seu estilo de pouca posse e contragolpes eficientes, abusava do conservadorismo. Ou se via sem caminhos, escasso de opções ofensivas na Copa do Brasil. Afinal, alguns de seus reforços — como ocorre com o Flamengo —, não estejam inscritos, casos de Léo Valencia e Marcos Vinícius. Após 70 minutos, estava claro que seria preciso algo diferente, um toque de invenção num mata-mata em que ninguém parecia tão disposto a riscos. Até aparecer Berrío e seu drible, que está para ser catalogado em algum almanaque. Ficou para trás Victor Luís, surgiu Diego para decidir o jogo. A final será nos dias 7 e 27 de setembro, contra o Cruzeiro, que eliminou o Grêmio nos pênaltis, no Mineirão, por 3 a 2, após vitória por 1 a 0 no tempo normal. Nesta quinta-feira, um sorteio define a ordem dos mandos de campo.
Berrío domina a bola, marcado por Victor Luis. Colombiano fez a assistência para o gol de Diego - Márcio Alves


Em certos aspectos, o Maracanã viu no primeiro tempo um prolongamento do jogo de ida, embora os primeiros 15 minutos indicassem o contrário. Um cruzamento de Roger terminou na cabeçada de Guilherme, a melhor chance alvinegra. E um erro de Luís Ricardo permitiu a Guerrero exigir difícil defesa de Gatito. Mas a expectativa de um jogo eletrizante não prosperou.
Primeiro, porque o Flamengo ainda ensaia a sua evolução com Reinaldo Rueda. Povoa o setor central do campo ao sair jogando. Arão, Diego e até Éverton se colocavam entre as linhas de marcação rivais. A ideia era que Cuéllar, ou até os zagueiros e laterais buscassem o passe que rompesse a marcação alvinegra e fizessem o time progredir no campo mais rapidamente, com bola no chão. Guerrero, de enorme esforço para jogar e com presença importante, fazia o pivô. Mas ainda falta ao Flamengo infiltração na área.
Já o Botafogo mostrava excessiva dificuldade em contragolpear. O time até se sente confortável neste tipo de jogo, sem tanto domínio da bola, mas faltou respirar em algumas ocasiões do jogo. Não achava as saídas pelos lados com Guilherme e Bruno Silva. Sempre que o Flamengo ensaiava uma pressão, o alvinegro recorria à bola longa, de segurança. Recurso que os rubro-negros também andaram empregando, embora, por estilo, tentassem circular mais a bola pelo chão.



E havia outro fator para um jogo outra vez amarrado. O árbitro Wilton Sampaio também parecie temer o erro. Marcava faltas em profusão para travar ainda mais o jogo. E tinha olhar sempre mais simpático à defesa diante de qualquer choque próximo das áreas. A emoção minguou.


ERROS DO ÁRBITRO
O domínio do Flamengo se ampliou no segundo tempo. Não que as chances se sucedessem, mas cada posse de bola do Botafogo era logo sufocada. Cuéllar teve crescimento notável desde que chegou Rueda, tem o mando do meio-campo.
Antes rigoroso, Wilton Sampaio passou a se omitir. Cuéllar deu entrada duríssima em Matheus Fernandes, destaque alvinegro, que sairia machucado. O juiz ignorou também o golpe de Rodinei em Guilherme. E tampouco interveio quando Marcelo cortou com a mão um chute de Guerrero. Era pênalti.
Pelo meio ou pelos lados, o Flamengo era superior. Difícil um time sobreviver com tão poucas ações ofensivas como o Botafogo de ontem, que terminou o jogo, já no desespero, com dois centroavantes e pouca inspiração, pouco jogo. O Flamengo já vira Arão cabecear uma bola perigosa, mas faltava o toque de desequilíbrio. Foi o drible de Berrío, o gol de Diego.

O Globo





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