Após noite de sonhos, Rosângela Santos é 7ª na final dos 100m; Bowie é campeã
Brasileira quebrou a barreira dos 11 segundos e o recorde sul-americano na semifinal; Tori Bowie ficou com o ouro, Marie-Joseé Ta-Lou, com a prata, e Dafne Schipper, com bronze
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Por Helena Rebello, Londres
Tori Bowie vence 100m rasos e Rosângela Santos chega em 7º lugar no Mundial de atletismo
Faturar uma medalha era um sonho, mas ficar fora do pódio tornou-se um
detalhe em uma noite de tantas conquistas. Depois de quebrar a barreira
dos 11 segundos e o recorde sul-americano, Rosângela Santos encerrou sua
participação nos 100m do Mundial de Londres com um honroso sétimo
lugar. Primeira mulher brasileira na história a disputar a final da
prova, ela não conseguiu repetir a incrível performance da semifinal e
se despediu com 11s06. A americana Tori Bowie literalmente voou na pista
para sagrar-se campeã com 10s85, sua melhor marca na temporada.
Marie-Joseé Ta-Lou, da Costa do Marfim, e Dafne Schippers, da Holanda,
completaram o pódio. A campeã olímpica Elaine Thompson decepcionou e foi
apenas a quinta colocada.
- Eu saio desses 100m muito feliz. Esse sétimo lugar para mim foi a
minha medalha. Competir com elas é muito difícil, é realmente um nível
extraordinário, não tenho palavras. Mas mostrei que não é impossível,
que não é uma barreira, que os 11s não são mais impossíveis. Finalmente
consegui quebrar essa barreira que tanto busquei e pela qual tanto
trabalhei. Agora é só focar e trabalhar mais.
Rosângela, no entanto, não se despede do evento. Além de correr os
200m, ela é o pilar o revezamento 4x100m feminino do Brasil, que disputa
as eliminatórias no sábado, dia 12 de agosto.
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Rosangela Santos na final dos 100m em Londres (Foto: Reuters)
A campanha da brasileira no Estádio Olímpico é digna de aplausos. Nas
eliminatórias, vitória na estreia com direito a igualar o próprio
recorde pessoal até então, 11s04. Na semifinal, o balizamento formou o
cenário ideal para que ela fizesse história. A bateria contava com a
campeã olímpica Elaine Thompson para garantir um ritmo forte, mas com
outras adversárias sem maior expressão na temporada. Bastava chegar em
segundo para ir à inédita final, e foi o que a carioca fez.
A incredulidade ao ver 10s91 no placar eletrônico tinha explicação. Era
a primeira vez que uma atleta do país corria na casa dos 10 segundos – e
ainda bem abaixo desta mítica barreira e do recorde continental. Era
uma diferença de 13 centésimos em relação ao recorde pessoal anterior e o
terceiro melhor tempo entre todas as semifinalistas.
- Era perigoso porque eu sabia que se ficasse em terceiro eu não
passava. Fica aquela coisa: eu tenho que passar em segundo. Não achava
que 11s07 fosse para a final. Achei que 10s90 seria a marca, abaixo dos
11, era o que eu tava buscando. Estava buscando meu melhor e ainda bem
que saiu.
O tempo era suficiente para leva-la à nobre raia 5 na decisão. Rosângela
não largou muito bem, mas lutou com raça, no bolo, até os 70 metros. Ta
Lou, à esquerda da brasileira, foi desgarrando até ficar bem à frente
para fazer seu melhor tempo na vida. Duas raias à direita de Rosângela,
Tori Bowie disparava para cruzar na frente de todas com direito a
mergulho, deixando Elaine Thompson a ver navios. Mais uma vez a festa
dos 100m no Estádio Olímpico de Londres seria americana.
- O mergulho não me parece muito bom agora. Mas ele me salvou em outras
competições no passado. Eu nunca desisto até cruzar a linha de chegada.
Ta Lou foi rápida, mas ela sempre é. Não me importei com isso e segui
mexendo meus braços e pernas até o fim. Estou com alguns cortes, mas
estarei bem para os 200m. Não tenho medo do que está pela frente - disse
a campeã.
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