quarta-feira, 9 de agosto de 2017

esporte



"BlackGregor": autor de nocaute brutal é professor universitário e fã de Conor

 

Formado em Educação Física e Enfermagem, Edilson Teixeira, que acertou uma joelhada voadora no Katana Fight 3, explica apelido: "Não levo desaforo para casa"

Por Rio de Janeiro

Edilson Teixeira não figura no plantel do UFC, tampouco é cogitado na organização. O atleta de 31 anos, no entanto, chamou a atenção no último sábado, na terceira edição do Katana Fight, em Curitiba. O baiano - cujo apelido é "BlackGregor" -, acertou uma belíssima joelhada voadora em Richard Godoy, nocauteando o adversário no segundo round, protagonizando um dos lances mais impressionantes do cenário nacional do MMA em 2017. 

 

Edilson Teixeira vence Richard Godoy no Katana Fight 3 (Foto: Valmir Silva/Mais MMA) 

Edilson Teixeira venceu Richard Godoy no Katana Fight 3, em Curitiba, no último sábado (Foto: Valmir Silva/Mais MMA)



Em entrevista ao Combate.com, Edilson Teixeira afirma que as provocações antes da luta influenciaram na performance, insuflada pelo clima de rivalidade com o adversário, com quem trocou gestos obscenos na encarada realizada na pesagem. Ele garante que o nocaute mudou sua rotina nesta semana e admite que curte promover seus confrontos, mas sem ofender a família dos rivais.


- Fiquei feliz com o nocaute, que repercutiu de uma maneira que eu não pensava. Pessoas de vários sites me chamaram nas redes sociais, os donos do evento gostaram muito. O nocaute não foi programado, foi em um momento de raiva. Estava um clima hostil. Durante o meu camp, muita gente falou besteira na internet. No dia da pesagem, eles (integrantes da equipe de Godoy) falaram que eu tinha barriga de acarajé. De longe, eram todos brabos, na hora, ficaram calados. Eu gosto desse clima hostil, de guera. No grupo do Katana, falaram que não tinha que só ganhar (a luta), tinha que mandar para o hospital. Aqui é Bahia, meu irmão! Achei piada acharem um negócio desse. No vestiário - era um ao lado do outro -, ficaram gritando, começou uma guerra de palavras. Na hora, a valentia sumiu. Eu gosto desse clima, sem envolver família e desrespeito. Cada vez que sou provocado, fico mais brabo. Nada contra a equipe e nem contra o adversário, com quem conversei e está tudo certo - declarou o atleta, contente por ter recebido os parabéns de Wanderlei Silva, que estava na plateia.




O temperamento explosivo fez Edilson Teixeira ser apelidado de "BlackGregor" por seu amigo de longa data e empresário, Léo Pateira. O baiano, que mora em Feira de Santana (BA), é fã de Conor McGregor, a quem tenta imitar na arte de desestabilizar mentalmente os adversários.


- Eu sou negrão e provocador (risos), por isso o apelido. Não levo desaforo para casa. Não desrespeito ninguém, mas não baixo a cabeça. Sou fã do jeito que o McGregor age na mídia e na luta. O meu amigo e empresário, Léo, foi quem me apelidou assim. Curti demais o apelido. Comprei um óculos igual ao do McGregor para ir para cima e para baixo. Eu gosto da confiança dele, é demais. Ele entra no psicológico do adversário, e foi o que eu fiz na minha última luta, mandei um dedo para o adversário na pesagem, e vi que ele não soube como reagir. Entrei na mente, assim como o McGregor faz. Foi o melhor nocaute de 2017. E não é falta de humildade, eu assisto todas as lutas de MMA do Brasil.


Edilson Teixeira e Carlos Boi (Foto: reprodução/Instagram)


Edilson treina Carlos Boi, lutador recém-contratado pelo UFC (Foto: reprodução/Instagram)



Aos 31 anos de idade, Edilson Teixeira se desdobra para conseguir tocar a carreira de lutador com as funções de treinador, preparador físico e professor universitário. Ah, ainda precisa cuidar do filho, de três anos.


Edilson Teixeira recebe os parabéns de Wanderlei Silva (Foto: Valmir Silva/Mais MMA) 


Edilson Teixeira recebe os parabéns de Wanderlei Silva, que estava na plateia (Foto: Valmir Silva/Mais MMA)

- Sou formado em Enfermagem e Educação Física, tenho pós-graduação em treinamento esportivo. Faço a preparação física de atletas, sou head coach da Life MMA, onde treino o Carlos Boi, que foi contratado pelo UFC, e dou aulas na Uniasselvi, sou coordenador em uma academia de musculação e dou aula de muay thai infantil. Começo a treinar à noite, quando estou cansado, mas quando nós amamos o que fazemos, nós conseguimos. Tenho um filho de três anos que é elétrico, me cansa mais do que lutar (risos) - declarou o baiano, que viaja a Salvador duas vezes por semana para fazer sparring e, no mesmo dia, retorna a Feira de Santana.


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