quarta-feira, 9 de agosto de 2017

esporte



Venezuelana brilha em meio a crise do país e reforça status da América do Sul no triplo

Modalidade de saltos é a única prova em que o continente é potência no atletismo

 
 
Por Helena Rebello, Londres 


Dois míseros centímetros foram capazes de interromper uma série de manchetes negativas quando se fala em Venezuela. Nesta terça-feira, Yulimar Rojas recebeu a primeira medalha de ouro da história do país em Mundiais de Atletismo, conquistada um dia antes em uma emocionante final do salto triplo feminino. Um brilho que contrasta com a maior crise econômica e humanitária de todos os tempos no país natal da saltadora, que torce por dias melhores também fora do esporte.
 
 
Pódio do salto triplo feminino tem Colêmbia e Venezuela (Foto: AP ) 
 
Pódio do salto triplo feminino tem Colêmbia e Venezuela (Foto: AP )
A Venezuela mergulhou em uma grave crise de abastecimento quando preço do barril de petróleo, principal pilar da economia nacional, caiu a quase um terço do que valia há cerca de quatro anos. Tal cenário levou o governo a controlar preços e câmbio e a racionar importações. A inflação disparou, houve revolta popular e uma onda de violência com protestos ao governo de Nicolás Maduro, que mudou a constituição para ampliar seus poderes.
 
 
 
Bancada pelo governo e há dois anos morando na Espanha para treinar com o cubano Iván Pedroso, campeão olímpico em 2000 no salto em distância, Rojas evitou opinar sobre a gestão de Maduro por tratar-se de um tema “delicado”, em suas palavras. Preferiu agradecer ao apoio que recebe do estado e disse esperar que seu feito se reflita em oportunidades para jovens compatriotas.
 
 
- Fico um pouco triste por tudo que meu país está passando. É um país maravilhoso. Sei que vamos sair de tudo isso e vão acabar as disputas, as guerras entre irmãos venezuelanos. Quero dar felicidade, orgulho a meu país. Fico feliz de poder participar de um campeonato e dar alegria. (...) Agradeço por todo o apoio e espero que sigam apoiando o atletismo. Não só o futebol, o basquete ou o beisebol, mas o atletismo também tem potencial e garra para levar a Venezuela adiante. Espero que possam construir mais pistas. É algo que necessitamos para poder desenvolver o esporte e que haja mais atletas bem em âmbito mundial.
 
 
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