segunda-feira, 7 de agosto de 2017

esporte




Análise: São Paulo não sabe o que fazer com a bola, e defesa volta a errar

Desafio mais imediato do São Paulo é se tornar um time mais vertical e veloz. Dorival Júnior admite dificuldades em aproveitar posse de bola

 
Por Alexandre Alliatti, São Paulo  


A derrota de 2 a 1 para o Bahia, neste domingo, em Salvador, foi o sétimo jogo de Dorival Júnior no comando do São Paulo. Em seis deles, incluindo o mais recente, a equipe tricolor teve mais posse de bola do que o rival. E os resultados não foram condizentes com o teórico domínio: três derrotas, dois empates, uma vitória – aproveitamento de 27%.
 
 
Com Dorival, o São Paulo só teve menos posse diante do Vasco – e, curiosamente, venceu: 1 a 0. A situação não é exclusiva do Tricolor: este tem sido um campeonato em que times mais fechados vêm se dando bem.  

Melhores momentos de Bahia 2 x 1 São Paulo pela 19º rodada do Brasileirão 2017 
 
Mas o panorama não deixa de evidenciar um problema crônico são-paulino: não saber o que fazer com a bola. A isso, soma-se uma defesa que insiste em falhar. Aí a combinação é fatal, e o time, não por acaso, fecha o turno na zona de rebaixamento.
 
 
São Paulo no começo do jogo contra o Bahia: 4-1-4-1, com time aproximado, mas incapaz de transformar posse em chances de gol (Foto: GloboEsporte.com) 
 
 
São Paulo no começo do jogo contra o Bahia: 4-1-4-1, com time aproximado, mas incapaz de transformar posse em chances de gol (Foto: GloboEsporte.com)  
 
O São Paulo foi a campo contra o Bahia no 4-1-4-1. Com a bola, tinha a aproximação de Jucilei aos zagueiros, e dali ela chegava a Hernanes ou Petros, as figuras centrais da linha de quatro meias – complementada por Marcinho pela direita e Cueva pela esquerda. O sistema permitia que os jogadores ficassem próximos para atacar em conjunto. Nisso, o time funcionou.
 
 
O problema foi o resto. A posse de bola (53% no primeiro tempo) não representou superioridade. O setor ofensivo não encontrou soluções, e Pratto teve que abandonar a área repetidas vezes para participar do jogo. Dois chutes colocados (um de Marcinho e outro de Cueva) foram tudo que o Tricolor criou na etapa inicial.
E, para piorar, a defesa (que estava bem postada até então) resolveu entrar em parafuso – não chega a ser novidade. No primeiro gol, o Bahia tabelou com facilidade e contou com marcação tímida de Militão e erro de posicionamento de Arboleda; no segundo, Renan Ribeiro deu passe forçado para Araruna, que foi desarmado e permitiu o avanço baiano até o gol, com a zaga surpreendida, aberta.
 
 
 
Quando Araruna perde a bola, defesa do São Paulo está totalmente exposta (Foto: Reprodução) 
 
 
Quando Araruna perde a bola, defesa do São Paulo está totalmente exposta (Foto: Reprodução)  
 
 
O cenário só não foi pior porque Jean, goleiro do Bahia, atropelou Lucas Pratto dentro da área. Pênalti bem batido por Hernanes – que deu alguma expectativa de reação para o segundo tempo.
Mas a esperança esfarelou-se na falta de criatividade do São Paulo. Ao longo de toda a etapa final, os comandados de Dorival trocaram passes insossos, anestesiaram-se em movimentações tímidas, apresentaram objetividade nula. De efetivo, só um chute de Hernanes que o goleiro Jean soltou – e a arbitragem ignorou pênalti na sequência.
 
 
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