A confissão do assassino de Mayara: “Fui movido pelo ódio”
A confissão do assassino de Mayara: “Fui movido pelo ódio”
Em entrevista a VEJA, Luís Alberto Bastos Barbosa conta como matou, a golpes de martelo, a violonista e depois ateou fogo em seu corpo em um terreno baldio
Por
Ullisses Campbell, de Campo Grande

ENCARCERADO - O assassino de Mayara: “À noite, eu grito por Deus” (Jefferson Coppola/VEJA)
Onde você conheceu a Mayara? Num bar chamado Drama, há três meses. Tocamos juntos e, primeiro, rolou uma amizade. Só depois de duas semanas nos beijamos. Tenho namorada, mas sentimos uma atração e não resistimos.
Não pensou por um momento nas consequências? Fui movido pelo ódio porque tínhamos discutido e ela debochou da minha namorada. Chamei-a de vagabunda e ela me bateu. Tive um ataque de fúria, tinha bebido e cheirado. Depois que tudo aconteceu, chorei por mais de duas horas seguidas.
Por que você carregava um martelo na mochila? Porque para comprar pó eu ando em umas quebradas. Uso o martelo para me proteger.
Como você se livrou do corpo? Primeiro, pus ela no porta-malas. Depois, voltei ao quarto para limpar o sangue. Paguei a conta de 100 reais do motel, mas faltava 20. Aí deixei a carteira de identidade dela na recepção como garantia para pagar o restante depois. Mas não voltei para pagar.
Para onde você levou o corpo? Para a minha casa. Lá, guardei as coisas dela. Aí levei para um terreno baldio, mas não consegui enterrar porque a areia era muito fofa. Comprei álcool no posto e fui a outro terreno. Lá, ateei o álcool nela e no mato para fazer parecer que era um incêndio.
Você fez isso sozinho? Fiz tudo sozinho. Só procurei o Ronaldo (Cachorrão) e o Anderson para me livrar do carro. Eles compraram por 1 000 reais. Essa foi a única participação que tiveram no crime.
Achava que ninguém descobriria o crime? Desde que me dei conta de que matei a Mayara, sempre soube que seria pego.
Está arrependido? Estou. Queria pedir desculpas à família da Mayara e à minha. Por mais que ninguém vá acreditar, eu gostava dela. Minha vida está destruída. Eu ia me casar, estava procurando casa, dei entrada para sacar o FGTS. Agora, não sei o que será de mim. Quando fecho os olhos, vem a imagem da Mayara e o momento do crime. Não tenho religião, mas, à noite, na cela, eu grito por Deus.
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