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Socioambiental
Comitiva do TCE destaca importância da nova "João Paulo II"
Conselheiros e técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) conheceram a obra de prolongamento da Avenida João Paulo II na manhã desta sexta-feira (18). Eles percorreram os 4,7 quilômetros da via, que além de contribuir para melhorar a mobilidade urbana na Região Metropolitana de Belém protegerá o Parque Ambiental do Utinga e os lagos Bolonha e Água Preta, mananciais que abastecem a capital paraense.
Os visitantes foram recepcionados por Cesar Meira, diretor geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), executor do projeto, e pelo gerente de Obra da construtora Camargo Correa, Oscar Bandeira, acompanhado pela equipe técnica do projeto.
A nova avenida terá duas pistas para tráfego geral, cada uma com 10,50 metros de largura, divididas em três faixas de tráfego com 3,50 metros cada. Na maior parte de sua extensão, terá 2,50 m de acostamento, 2,50 m para ciclovia bidirecional, 2 m de calçada do lado esquerdo e 1,20 m do lado direito, respeitando todos os preceitos legais de acessibilidade. A via será separada por canteiro central, com largura variável. Também contará com drenagem, iluminação pública e monitoramento de segurança. Sete passarelas para pedestres serão implantadas ao longo da via, às proximidades dos seis pares de pontos de ônibus urbanos.
A obra trará outra importante contribuição para a RMB, a preservação ambiental, pois funcionará como uma barreira física e sanitária para a Área de Preservação Ambiental (APA) de Belém. O projeto contará também com um sistema de Fitorremediação, para captação e tratamento de águas provenientes das seis bacias de contribuição, que hoje são lançadas diretamente no Parque do Utinga, o que diminuirá a contaminação dos mananciais e reduzirá o índice de doenças causadas por mosquitos, trazendo mais saúde e qualidade de vida para a comunidade.
A concepção do projeto prevê uma composição paisagística, que se harmonizará com o Parque do Utinga. Deste modo, a área da nova Avenida João Paulo II será uma das mais belas de Belém e, somada à nova proposta do Parque Ambiental do Utinga, se tornará um ponto de contemplação da natureza, entretenimento, esporte e lazer.
Projeto social - O projeto também possui um forte viés social, enfatizado aos visitantes. O “Reciclar Faz Bem” é resultado de parceria entre o governo do Estado, Instituto Camargo Correa e Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Aurá (Cootpa), e estabelece a construção de uma central de triagem e o assessoramento na gestão do negócio, com a capacitação e formação dos cooperados na solidificação da coleta seletiva em Belém e Ananindeua. O objetivo é aumentar a quantidade de resíduos sólidos comercializados, ampliando os nichos de atuação do negócio e incrementando a renda média dos beneficiários. A central de triagem está sendo construída na margem da nova avenida, em um terreno doado pelo Estado.
O gestor da área Socioambiental da Camargo Correa, Vitor Almeida, explicou que o projeto surgiu a partir de uma necessidade local. “A obra tem a característica de proteger essa região, especialmente os lagos, que têm um histórico de acumulação de resíduos sólidos por falta de local de destino do material, justamente por não haver grupos que façam esse trabalho de coleta e triagem. Assim, o projeto surgiu com o entendimento dessa necessidade local”, informou.
Durante a visita, a conselheira Lourdes Lima, presidente do TCE, destacou sua satisfação em ver os trabalhos sociais e ambientais que estão sendo executados, paralelamente à obra da avenida. “Estamos muito felizes em tomar conhecimento das ações sociais que estão sendo desenvolvidas nesta área da obra, assim como os cuidados ambientais de preservação do parque e dos lagos. Essa visita de hoje está sendo muito importante para nós, pois saímos com uma visão geral dessa obra e com um sentimento de que o governo do Estado está fazendo uma boa gestão do dinheiro público, trabalhando com boa governança”, declarou a presidente do TCE.
O conselheiro substituto, Julival Silva Rocha, também frisou sua satisfação de conhecer a obra e saber da importância ambiental do projeto para a RMB. “Fico muito feliz, como cidadão, ao ver que a obra também trará legados sociais e ambientais para a população, desenvolvendo projetos pensando no futuro, que trarão proteção ambiental e irão contribuir para melhorar a qualidade de vida da população do entorno da obra”, afirmou.
Pontes – O prolongamento da Avenida João Paulo II inclui duas pontes, uma com 176 m, a 60 m da Passagem Mariano, transpondo a ponta do Lago Bolonha, e outra com 224 m, a 30 m da Rua da Pedreirinha, transpondo a ponta do Lago Água Preta. As pontes possuem estrutura mista, em metal e concreto, e estão sendo executadas sem nenhuma interferência ao meio ambiente, principalmente aos lagos que garantem o abastecimento de água de Belém. A primeira ponte foi projetada pelo arquiteto paraense Paulo Chaves, titular da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
“O projeto da ‘João Paulo’ foi todo desenvolvido visando proteger o meio ambiente existente no entorno. Assim, para não causar prejuízos aos mananciais, as pontes foram construídas de maneira diferenciada, desde a sua fundação até a execução de sua superestrutura, que foi toda montada em terra, no pátio de empurre localizado na margem dos lagos, e empurrada para sua posição final, sem a necessidade da presença de homens e máquinas no interior dos lagos. Com essas medidas e tecnologias adotadas, caiu para praticamente zero o impacto ambiental sobre os lagos Bolonha e Água Preta”, informou o diretor geral do NGTM, Cesar Meira.
Benefícios - Entre os muitos benefícios da construção da Avenida João Paulo II estão desenvolvimento para a Região Metropolitana de Belém; uma nova via de acesso à capital paraense; suporte para a implantação do Bus Rapid Transit – BRT Metropolitano; proteção ao Parque Ambiental do Utinga; criação de grande área de lazer com equipamentos urbanos e proteção dos mananciais que abastecem Belém.
Também faz parte do projeto a primeira rede de telecomunicações do Estado, com cabos subterrâneos de fibra óptica, que serão utilizados para transferência de dados e internet de alta capacidade. O projeto permitirá a integração de unidades do Estado, como escolas e outros prédios públicos, a promoção da segurança pública, por meio de monitoramento remoto pelas polícias, e ainda beneficiará a população do entorno, com pontos de internet de acesso livre Wi-Fi em espaços públicos.
Após conhecer a obra e assistir a uma apresentação sobre o projeto, o conselheiro Luiz Cunha disse que ficou “bastante impressionado com a grandiosidade e complexidade desta obra, que tem uma importância muito relevante para a população. Também destaco a seriedade do governo do Estado, que mesmo diante de um cenário de crise financeira consegue dar prosseguimento ao empreendimento, justamente por saber dessa relevância. Saio dessa visita com uma leitura muito positiva de tudo que pude presenciar, sabendo que a obra prossegue e, em breve, será entregue à população. O governo está realmente de parabéns pela idealização desse projeto”.
Por Manu Viana
Agência pará
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