São
Paulo tem atos pró e contra
condenação de Lula

Dois grupos se reuniram no final da tarde desta quarta-feira (12) na avenida Paulista, em São Paulo, para manifestações contra e a favor da sentença do juiz Sergio Moro, que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a nove anos e seis meses de prisão.De um lado da avenida, no vão livre do Masp, cerca 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, gritaram palavras de apoio a Lula e contrárias ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) e ao juiz Sergio Moro. Os dois sentidos da via foram bloqueados.Por volta das 19h, lideranças do PT se encontraram com militantes para prestar apoio a Lula. Em um carro de som, o presidente municipal da sigla, Paulo Fiorilo, convocou os manifestantes para um ato nesta quinta-feira (13), às 11h, em frente ao diretório do partido na capital.Fiorilo ainda sugeriu o lançamento oficial da candidatura de Lula à presidência em 2018. "O que aconteceu hoje foi um ato político. Vamos responder com política, nas ruas", disse o dirigente em um carro de som.
Já Luiz Marinho, presidente estadual do partido, fez duras críticas à atuação de Sérgio Moro no caso – para ele, influenciada por questões políticas."Se Moro julgasse como juiz, iria julgá-lo inocente. Mas estávamos preparados para o que ele faria hoje. Ele tem sido um grande militante político. Sua única preocupação é tirar o presidente Lula das eleições presidenciais. E, se houver eleições ano que vem sem o Lula, é uma fraude", disse Marinho, indo além."Vai haver mobilização em todos os Estados para deixar claro ao juiz Sérgio Moro que o povo não concorda com essa decisão", prometeu, encerrando o ato pró-Lula pouco antes das 20h.
Um outro protesto, convocado pelo Movimento Vem Pra Rua e pelo grupo "Ativistas Independentes", se concentrou em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na mesma região.Cerca de 50 pessoas, segundo a PM, comemoraram a condenação de Lula com apitos, buzinas, fogos e cartazes de apoio à Lava Jato, além de bandeiras verde e amarelas. Alguns carros que passavam pela avenida buzinavam, em sinal de apoio.Ao mesmo tempo em que militantes pró-Lula protestavam no Masp, manifestantes ocu
param três das quatro faixas do lado ímpar da avenida para festejar. O bancário Marcos Martins, 53 anos, chegou ao local com 50 panelas para distribuir a outros presentes."Minha expectativa é que o povo volte às ruas e consiga moralizar o país", afirmou Martins, que diz ter visto "com temor" o fim do grupo de trabalho da Operação Lava Jato da Polícia Federal.A preocupação, segundo ele, é que a operação se encerre. "O povo está aí para evitar isso", acrescentou.Por volta das 20h, enquanto parte dos manifestantes ia embora de metrô, houve um princípio de tumulto em frente à estação Trianon-Masp (linha verde). Um homem com um adesivo do PT tentou ultrapassar manifestantes contra Lula e houve discussão.Os nervos se acirraram e houve empurra-empurra. Uma mulher afirma ter sido agredida com um soco no rosto pelo militante do PT. Policiais militares precisaram intervir e escoltaram o militante petista até a catraca. Spray de pimenta chegou a ser usado, mas não se sabe de onde partiu.
Após uma discussão de cerca de cinco minutos, com ânimos acirrados
entre os dois grupos, formados por 7 pró-Lula e 20 contra Lula, a PM e a
CET liberaram o trânsito na avenida Paulista nos dois sentidos.
Manifestantes contra Lula foram para a ciclovia, enquanto os pró-Lula
foram para uma calçada. Os dois lados passaram a trocar provocações. PMs
munidos de armamento não letal acompanharam de perto, mas sem intervir.
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