Distritais aprovam projeto que dá passagem grátis a desempregados
Passageiros embarcam em ônibus na rodoviária do Plano Piloto (Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília) |
A Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou, antes de entrar em recesso,
um projeto de lei que dá passe livre por até 90 dias a desempregados
recém-demitidos. A medida vai agora para a mesa do governador Rodrigo
Rollemberg, que pode aprová-la ou vetá-la.
Se aprovada, ela só é válida para quem trabalhou por pelo menos seis
meses no antigo emprego e que saiu sem justa causa. Pelas regras, o
passageiro que voltar ao mercado de trabalho deverá devolver o bilhete.
Ele pode ser solicitado em até seis meses após a demissão.
Ao G1,
o autor do projeto, Robério Negreiros (PSDB), disse que ele é de “cunho
social”. “A justificativa chega a ser óbvia. Neste momento de crise, há
um crescimento muito grande do desemprego, que chega a virar um câncer
social. O que estou propondo é que o desempregado busque uma recolocação
no trabalho.”
“Como uma pessoa sem renda consegue voltar para o mercado de trabalho tendo que pagar R$ 10 por dia para ir a uma entrevista de emprego, por exemplo? Isso é muito.”
Negreiros reconheceu que a regra vai trazer ainda mais gastos para o
governo, que já precisa pagar diretamente as empresas de ônibus pelas
gratuidades a estudantes e pessoas com deficiência.
“Tudo bem, isso onera [o governo]. Mas o que a gente pode propor é
tirar o passe livre estudantil para alunos da rede privada. A minha
proposta garante gratuidade só por três meses, e não por um período
grande, como acontece para estudantes”, declarou.
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O deputado distrital Robério Negreiros (Foto: CLDF/Divulgação)
Na prática, a passagem é gratuita para o usuário, mas as empresas ainda
recebem pela viagem. É o governo quem deve “cobrir” este gasto. Só com
passe livre estudantil, o GDF teve de desembolsar R$ 158,2 milhões em
2015.
O G1
questionou o governo para comentar a proposta da Câmara, mas não
recebeu retorno até a última atualização desta reportagem. Se o GDF
decidir vetar a ideia, os deputados ainda podem derrubar o veto na
Câmara. Para isso, são necessários 13 votos – apoio de metade dos 24
distritais, mais um. Aí, o governo pode questionar a regra na Justiça
para tentar barrá-la.
Fonte: G1 DF
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