Polícia
Federal prende 17 pessoas
no Rio por fraude no saque do
FGTS
Uma operação da Polícia Federal contra fraudes no saque de
contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) levou à
prisão, neste sábado, de 17 pessoas no Rio de Janeiro.
A PF estimava um prejuízo de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões no país com a
ação dos golpistas neste quinto lote de saques de contas inativas nas
agências da Caixa Econômica Federal.
Todas as prisões
foram em flagrante, no momento em que os golpistas tentavam fazer a
retirada dos valores nos terminais eletrônicos.
Segundo o
delegado chefe do grupo de combate aos crimes cibernéticos da Polícia
Federal, Erick Blatt, o grupo atuava comprando dados de beneficiários de
contas inativas de um hacker de São Paulo, que criou um site falso da
Caixa.
Pela página www1.caixa.gov.br, ele capturava
dados de beneficiários que, induzidos a entrar no site, forneciam todas
as informações necessárias para o saque.
O delegado
informou que cada cadastro com 500 nomes representava R$ 5 mil. De posse
das informações que compravam, os golpistas iam às agências e sacavam o
dinheiro das vítimas.
"Uma parte vem de São Paulo. Foi
criado um site falso da Caixa que capturava os dados dos usuários. (Os
golpistas) consultaram e sacaram hoje. Não fizeram a consulta antes pelo
computador para o número do IP não ficar registrado", explicou Blatt.
Segundo
o delegado, a operação foi adiantada por conta da antecipação do
calendário de saques pela Caixa. A ação policial ocorreria na próxima
sexta-feira. "Fomos pegos de surpresa (para antecipar a ação)", disse o
delegado.
A investigação, segundo o delegado,
começou há menos de dois meses, após a Caixa identificar o esquema de
fraudes, a partir de um sistema de alerta em Brasília. Com isso, o banco
acionou a PF.
Prefeitura de Nilópolis foi invadida
Os
policiais federais monitoraram 65 agências da Caixa no estado, em
diversos locais: Volta Redonda, São João de Meriti, Nilópolis, unidades
do Centro do Rio de Janeiro, entre outros pontos. Em Nilópolis, os
envolvidos chegaram a arrombar a prefeitura para realizar o saque em um
terminal eletrônico da Caixa.
A operação de hoje contou
com 160 policiais federais e resultou na prisão de 17 pessoas, entre
elas um angolano e um moçambicano.
"Não era uma
quadrilha. Vários grupos separados usavam estratégia de 'phishing' na
Internet para capturar dados", afirmou o delegado. Com a operação deste
sábado, a PF apreendeu R$ 160 mil.
Prejuízos
Segundo Blatt, no quarto lote, golpistas atuaram dando um prejuízo total de R$ 4 milhões em todo o país.
"As
prisões de São Paulo deram ensejo a essa operação. Este é o quinto e
último lote. Os três primeiros lotes tiveram uma incidência menor de
fraudes porque já estávamos monitorando. No quarto lote é que veio uma
grande fraude, principalmente em São Paulo, e o total do prejuízo foi de
R$ 4 milhões".
Os criminosos conseguiram roubar R$ 580 mil no lote anterior, só no Rio de Janeiro. No Brasil todo, foram R$ 4 milhões.
No
lote cujo saque começou hoje, eles iriam roubar entre R$ 700 mil e R$ 1
milhão no Rio. No país todo, o prejuízo seria entre R$ 8 milhões e R$
10 milhões.
Prisões
Do
total de 17 presos, duas eram mulheres. Elas foram levadas para o
Complexo Penitenciário de Bangu. Os homens estão sendo encaminhados para
o Batalhão Especial Prisional, em Benfica.
De acordo
com o delegado, eles devem responder por furto qualificado, cuja pena
máxima é de oito anos. Com isso, eles não poderão pagar fiança.
Fonte: O Dia
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