sexta-feira, 16 de junho de 2017

TECNOLOGIA


Pará apresenta equipamento que 

promete conservar sabor natural 

do açaí



Na opinião do diretor técnico da Emater, Rosival Possidônio, o resultado dessa iniciativa é de suma importância para o Estado, particularmente para as regiões produtoras de açaí Foto:Divulgação/Emater

Produtores de açaí do Pará já podem contar com uma máquina de processamento do fruto que reproduz o modo de amassar os caroços, exatamente como faziam no passado as mulheres do interior.

A versão ajustada do processador foi apresentada na manhã desta terça-feira (13), no restaurante do escritório central da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Marituba, na região metropolitana de Belém. As informações são da Agência Pará.



O modelo inovador foi alcançado por meio de uma parceria que envolveu o agricultor Samuel Souza, idealizador do mecanismo, a Emater, como intermediadora, e as empresas Promenge (de São Paulo) e Grandbel (de Belém). Desse trabalho conjunto saiu o protótipo do equipamento, que tem estrutura portátil e é feito 100% de aço inoxidável, com o propósito de preservar a qualidade e a “verdade artesanal do processo”, como define Samuel Souza.

O agricultor conta que lhe causava incômodo o sabor do açaí extraído nas máquinas normalmente utilizadas pelos batedores e submetido ao processo de higienização (“branqueamento”) exigido pela Vigilância Sanitária para o funcionamento dos pontos de venda. “É um sabor que não se compara àquele que experimentávamos na nossa infância”, define. Dessa inquietação surgiu a busca por parcerias que o ajudassem a encontrar uma maneira de reproduzir o tal sabor verdadeiro do açaí.

Foi quando Samuel decidiu procurar o escritório da Emater em Benevides, município onde nasceu, e a partir de uma conversa com o engenheiro agrônomo Antônio Carlos Lima deu início ao projeto de prospecção de uma máquina que atendesse esses critérios conceituais.

“A máquina é realmente inovadora”, defende Antônio Carlos Lima, responsável pelo projeto na Emater. “Em relação às máquinas atuais a diferença do produto final é muito grande, seja no aspecto físico-químico ou na qualidade das propriedades organolépticas e nutricionais, em que o choque mecânico é bastante reduzido”, explica. E completa: “Nela não há perda das proteínas, visto que os caroços passam por um processo de atrito em vez de serem triturados".

“Quando o protótipo ficou pronto, ampliamos a ideia na perspectiva de atender o setor da agricultura familiar, em especial iniciativas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae)”.

Hoje a versão final do modelo da máquina foi apresentada. Na opinião do diretor técnico da Emater, Rosival Possidônio, “o resultado dessa iniciativa é de suma importância para o Estado, particularmente para as regiões produtoras de açaí, uma vez que existe a perspectiva real de proporcionar um salto de qualidade na produção de polpa de açaí para comercialização”.

Ainda neste mês a máquina será levada ao Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRS/Pará) e, posteriormente, à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e instituições afins. “Com isso, queremos captar patrocínio para a produção em série do equipamento”, informou o engenheiro agrônomo Paulo Lobato, assessor da Diretoria Técnica da Emater (Ditec).

Para Lobato, a apresentação do protótipo é motivo de orgulho para quem faz parte da assistência técnica e extensão rural pública e é também a prova de que o Estado existe também para construir parcerias, seja com a sociedade civil, organizações não governamentais ou com a iniciativa privada. “O que importa é trabalharmos juntos. O açaí é uma riqueza do Pará e a Emater não poderia se abster de fomentar uma cadeia produtiva tão importante como essa”.

Rodjel Refundini, engenheiro mecânico e petroquímico que desenvolveu o protótipo, disse que o projeto foi elaborado com base nos relatos e considerações da Emater e de Samuel Souza, com a finalidade de adequar a tecnologia às necessidades e à tradição amazônica de consumir o açaí. “Trabalhamos na perspectiva de utilidade máxima do fruto e viabilidade econômica e social desse processo não apenas para a agricultura familiar, como para o trabalhador autônomo do setor.”

Com informações da Agência Pará 

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