terça-feira, 6 de junho de 2017

SAÚDE

Intolerância X alergia alimentar, você sabe a diferença?
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Professora do curso de Nutrição da UCB, Maria Fernanda Castioni, esclarece as distinções entre as disfunções  Foto: Faiara Assis

Diminuir o consumo ou cortar de vez determinado alimento do cardápio é algo que vem se tornando uma realidade na vida de muitas pessoas devido às intolerâncias e alergias alimentares. Para diferenciar estas disfunções no organismo, a professora do curso de Nutrição da Universidade Católica de Brasília (UCB), Maria Fernanda Castioni, pontuou algumas distinções.

De acordo com a especialista, a principal diferença entre as patologias é o tipo de resposta que o organismo tem quando está em contato com o alimento e o ponto básico para diferenciar as duas é a presença ou não no sistema imunológico. “Na alergia, temos uma ativação do sistema imune, o que torna a síndrome algo muito mais grave. Toda vez que há um desvio do sistema imunológico por uma alergia crônica e permanente, o contato com aquele alérgeno desvia o sistema imunológico, deixando portas abertas para outras intercorrências. Na intolerância não há esse componente imunológico. É uma desordem completamente diferente e tem como causa a incapacidade de processar nutrientes por deficiência ou ausência de determinada enzima”.

A professora destaca que o mais importante para pessoas portadoras de alergias alimentares, e que normalmente elas desconhecem, é que é preciso de um período de cerca de três meses para desestimular ou desligar o sistema imunológico. “Para realmente haver o desligamento dessa alergia, é preciso não entrar em contato. Quando o paciente finaliza corretamente o período de desligamento por três meses, ele começa a dieta de rodízio, ou seja, ele poderá comer daquele alimento uma vez por semana. Porém, existem alergias que são tão graves que a pessoa não consegue fazer esse período de três meses, tem que cortar o alimento para o resto da vida”.

Ao contrário da alergia, a intolerância até permite em determinados casos consumir um pouco da substância não tolerada, desde que seja em pequenas porções e que tenha orientação de um profissional. Para isso, é preciso descobrir o limite de aceitação do organismo e evitar ultrapassá-lo.

“Cada pessoa reage de uma maneira diferente e depende de um histórico de uma vida inteira. Alergia não é algo que se avalia de forma pontual. Estudos indicam que pacientes com alergia alimentar possuem história familiar de alergia. Se o pai e a mãe apresentam alergia, a probabilidade de terem filhos alérgicos é grande. A intolerância possui vários fatores ligados à genética também. Mas é extremamente importante entender como o alimento foi introduzido desde a infância, por exemplo, para entender todo o processo”, esclarece a professora.

Como diagnosticar 
Para cada tipo de disfunção há um tipo de exame, tudo depende da suspeita. “Não gosto de submeter o paciente a exames que causam grandes desconfortos, como tomar lactose, se já sabe que o paciente tem todos os indícios de ter intolerância. Para intolerâncias, as mais comuns, é possível fazer exames laboratoriais. Entretanto, a parte alérgica é interessante fazer a avaliação médica, pois será feito o mapeamento de alérgenos, que às vezes são substâncias encontradas em produtos não alimentares, na conservação ou na própria produção alimentar”, pontua.

Sintomas 
Entre os sintomas mais comuns das alergias alimentares estão: dor abdominal, diarreia, dificuldade para deglutir, irritação na boca, garganta, pele e outras regiões, tontura, desmaio, congestão nasal, náusea, vômitos, inchaço, falta de ar, cólicas estomacais e manchas com coceira. Se tratando de intolerância, os mais comuns são: gases, diarreia, dor de cabeça, problemas digestivos, inchaço abdominal e dificuldade para respirar.

A professora ressalta que, em caso de detectar alguns desses sintomas, é recomendado procurar um profissional adequado. 


Fonte: Imprensa UCB



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