Hospital
que presta atendimento
infantil gratuito pode fechar por
falta de
verba
Grupo em Defesa da Criança com Câncer (Grendacc) de Jundiaí (SP) oferece 16 leitos. Credenciamento no Ministério da Saúde, que poderia render R$ 200 mil por mês, não foi aceito. Foto: Divulgação |
O Grupo em Defesa da Criança com Câncer (Grendacc) de Jundiaí (SP)
oferece 16 leitos, sendo cinco de UTI e um centro cirúrgico. Em três
meses de funcionamento, já foram 60 internações e 10 procedimentos. Mas
este atendimento especializado pode ser interrompido por falta de
dinheiro.
O Grendacc garante tratamento gratuito e melhora a qualidade de vida
não só para as crianças com câncer, como também para as portadoras de
doenças hematológicas, ortopedia oncológica, neurologia, nefrologia e
cardiologia. O atendimento é voltado para bebês e adolescentes até 19
anos.
Para inaugurar o hospital, foram investidos R$ 3 milhões provenientes
de doações na construção. O local é todo decorado para que os pequenos
pacientes sintam-se em casa durante o tratamento. Entretanto, o
atendimento pode parar porque um credenciamento no Ministério da Saúde -
que poderia render R$ 200 mil por mês - não foi aceito.
Presidente do Grendacc afirma que hospital não tem caixa para bancar o déficit sem a verba federal (Foto: Reprodução/TV TEM) |
"Nós fomos orientados, através da regional de Campinas - a qual
pertencemos - a todas as meninas que deveríamos fazer para que o
hospital fosse reconhecido. E realmente, tanto nós fizemos que, fomos
aprovados e a própria regional enviou o nosso pedido de credenciamento
ao Ministério da Saúde", afirma Verci Bútalo, presidente do Grendacc.
Déficit no hospital
Antes, o Ministério da Saúde não exigia um número mínimo de leitos para
cadastrar uma UTI. Entretanto, a partir do dia 31 de março deste ano, a
regra mudou. Agora são exigidos 50 leitos. Dois dias antes o Grendacc
protocolou o pedido, que não foi considerado.
A presidente da entidade diz que buscou respostas, mas não obteve
retorno. Vera afirma que seguiu todos os parâmetros do Governo do Estado
de São Paulo para cadastrar a UTI. Caso a verba não seja obtida, o
déficit mensal do Grendacc só tende a aumentar. Atualmente, a entidade
arrecada em doações e parcerias R$ 800 mil e faltam mais R$ 700 mil para
cobrir todas as despesas.
"Eu acredito que a gente não aguente muito tempo não, uma vez que não
estamos preparados para assumir um custo tão alto", desabafa a
presidente do Grendacc.
Em nota, o Ministério da Saúde informa que, como o hospital não segue
as determinações exigidas, o dinheiro não vai ser repassado para a
entidade.
Rodrigo e a mãe Daiane estão preocupados com a possibilidade do fechamento do hospital em Jundiaí (Foto: Reprodução/TV TEM) |
Esperança
A auxiliar de produção Daiane Infanger, mãe do pequeno Rodrigo, de 9
anos, está preocupada com a possibilidade do hospital fechar.
"Esta noite eu praticamente nem dormi de nervoso, porque para a gente que tem os filhos aqui foi um balde de água fria", afirma.
Rodrigo tem um tumor na perna e já ficou internado também em outros hospitais. Porém, ele afirma que o Grendacc é diferente.
"Aqui eu faço amigos, tem pessoas que me tratam bem, são bem alegres e eu gosto. Eu tenho amor por aqui. Eu perco tudo [se fechar], capaz que eu perca até a minha esperança", afirma o paciente.
Fonte: G1 SP
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