Com
voto decisivo de Gilmar
Mendes, chapa Dilma-Temer é
absolvida no TSE
Presidente do TSE, Gilmar Mendes sinaliza que Temer terá seu mandato cassado Foto: Reprodução TV Globo
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A chapa Dilma-Temer é absolvida no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), na noite desta sexta-feira (9/6). Por quatro votos a três, os
ministros concluíram que não houve abuso de poder político e econômico
por parte dos vencedores das eleições de 2014.
O
placar já estava começando a se desenhar na quinta-feira. Na mesma
noite, os magistrados decidiram pela exclusão dos depoimentos dos
delatores da Odebrecht do processo que pedia a cassação da chapa. O
relator Herman tentou, com grande insistência e um longo voto, convencer
os colegas que a Lava-Jato entrasse no julgamento. Conhecido pela
rigidez e seriedade, ele também defendeu a condenação dos políticos.
Como foram os votos
O
ministro Herman Benjamin votou pela cassação da chapa. Conforme ele, o
processo comprovou abusos de poder econômico e político durante a
campanha eleitoral. No caso específico relacionado a uma possível
separação de contas, o magistrado destacou que está comprovado nos autos
processuais que as despesas do então candidato a vice foram pagas com
recursos do caixa comum da campanha presidencial.
O
ministro Napoleão Nunes Maia foi o segundo a votar, contra a cassação.
Ele, que já havia se manifestado contrário ao uso dos depoimentos dos
delatores da Odebrecht no processo, defendeu que as propinas pagas pela
empreiteira a políticos têm que ser investigada na esfera criminal, não
eleitoral.
Terceiro ministro a falar, Admar
Gonzaga acompanhou Napoleão Nunes e desempatou, pró-Temer, o julgamento
do pedido de cassação da chapa presidencial de 2014. Ele também
confirmou que a ação levaria em conta as delações ou os depoimentos
prestados pelos ex-executivos da Odebrecht.
O
ministro Tarcisio Vieira foi o terceiro a votar. O magistrado, que
seguiu os entendimentos dos juízes Napoleão Nunes e Admar Gonzaga,
destacou que faria distinção entre as fases pré e pós Odebrecht. Vieira
diz que não há como aferir credibilidade dos testemunhos dos delatores,
que devem ser relativizados, com cautela.
O
ministro Luiz Fux acompanhou o relator Herman Benjamin e defendeu a
cassação da chapa Dilma-Temer. Alegou que existem provas inequívocas de
abuso de poder econômico e pagamento de propinas para financiar
campanhas eleitorais. E moeu o argumento de outros ministros de que as
delações da Odebrecht não deveriam ser levadas em conta no processo.
Antes
do voto de minerva de Gilmar Mendes, a ministra Rosa Weber pediu a
cassação da chapa. Ela voltou a afirmar que as delações dos
ex-executivos da Odebrecht deveriam ter sido incluídas no processo. Ela
ainda ressaltou que o voto do relator era "histórico".
O
ministro Gilmar Mendes votou pela absolvição, o que não foi nenhuma
surpresa, pois ele já havia deixado claro sua posição ao longo do
julgamento, marcado por diversos embates entre os juízes.
PLACAR
A favor
Herman Benjamin (relator)
Luiz Fux
Rosa Weber
Contra
Napoleão Nunes
Admar Gonzaga
Tarcísio Vieira
Gilmar Mendes
Fonte: CB
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