sexta-feira, 30 de junho de 2017

ECONOMIA

Investimentos em energia 

renovável não avançam no Brasil


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Autoridades brasileiras têm enfrentado a difícil tarefa de dizer "não" a investidores globais ávidos por colocar bilhões de dólares em projetos de energia renovável no país mesmo em meio a uma enorme recessão.
Principal mercado para renováveis na América Latina e um dos maiores do mundo, o Brasil sofre pressão da indústria de energia para contratar novas usinas eólicas e solares, o que não acontece desde 2015.
Mas uma sobrecapacidade de geração e custos adicionais para tarifa decorrentes de eventuais novas contratações de usinas geradoras exigem cautela, dizem especialistas do setor elétrico e autoridades.
O governo pretende primeiro "arrumar a casa" antes de retomar as contratações, o que tem passado pela criação de novas regulamentações que permitem cancelar projetos problemáticos que não saíram do papel nos últimos anos e por estudos para uma revisão da regulamentação do setor.
"Por mais que a gente seja tentado, não podemos escolher um segmento e dizer que ele está isolado da crise do país e que lhe daremos o que ninguém tem, uma demanda garantida... por mais que seja justificável, meu papel tem sido, no âmbito técnico, dizer não", disse o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.
Ao participar de evento do setor nesta semana, Pedrosa admitiu que há pressões de todo o tipo pela retomada das licitações, "inclusive políticas".
Ele disse que o governo pretende retomar os leilões, mas ainda não é possível garantir quando.
O Brasil contratou um recorde de novas usinas no período entre 2009 e 2015, mas a enorme recessão econômica levou a demanda por eletricidade a cair em 2015 e 2016, o que não acontecia no país desde 2009.
Ao mesmo tempo, diversas usinas contratadas nesse período não conseguiram sair do papel devido à degradada situação financeira de alguns investidores, à falta de crédito com a crise e outras questões, como problemas com fornecedores.
Agora, o governo tem apostado na inédita solução de descontratar usinas para verificar se há mesmo necessidade de novos empreendimentos mesmo em meio à baixa demanda.
Diversos parques eólicos já rescindiram contratos, e em agosto o governo deve realizar novas descontratações, por meio de um leilão específico para cancelar projetos.
"Acho que logo após isso a gente deve ter um panorama bem definido... após tudo isso, ouvindo o mercado, ouvindo as distribuidoras, aí sim vamos tomar uma decisão", disse o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho ao ser questionado sobre o tema em um evento nesta semana.

"Tem que arrumar a casa, como está se fazendo... se o governo estiver em uma linha de olhar só oferta e demanda, vai fazer ano que vem. Se tiver muita pressão para que atenda à indústria, aí faz este ano, mas mais pela pressão, porque não precisa", disse.
Por parte dos investidores, o interesse em renováveis tem crescido e a demanda não seria um empecilho, uma vez que os contratos oferecidos nos leilões de energia do governo são de longo prazo e garantem receita estável para as usinas independentemente do nível de consumo de eletricidade no país.

Fonte: G1

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