terça-feira, 25 de abril de 2017

SAÚDE

Liga Acadêmica pretende formar os melhores cirurgiões da nova geração

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Liga Acadêmica de Cirurgia Geral (LACiG-DF) é criada na UCB com proposta internacional que busca auxiliar os estudantes no ensino, pesquisa e extensão, garantindo a qualidade na formação dos futuros médicos do DF  Foto: Faiara Assis
 A responsabilidade de ser médico vem muito antes da atuação nos consultórios. Além do preparo para o mercado de trabalho, a preocupação em exercer a medicina com ética, eficiência, compromisso com a vida e qualificação profissional é uma busca constante de quem exerce ou se prepara para essa profissão tão nobre. E, pensando em ir além da formação obtida em sala de aula, o estudante Lucas Augusto Oliveira, do 7º semestre do curso de Medicina da Universidade Católica de Brasília (UCB) e Luisa Freire, 2º semestre, criaram a Liga Acadêmica de Cirurgia Geral (LACiG-DF).

Lucas explica que a Liga é uma associação de caráter científico, não governamental e sem fins lucrativos, aberta aos estudantes do curso de Medicina do Distrito Federal. “Estudantes e professores do curso de Medicina de qualquer instituição de ensino podem participar. E, antes que a LACiG-DF fosse criada, visitamos cada coordenador dos cursos para apresentar a proposta e criar essa liga interinstitucional”, afirmou.

A proposta principal da LACiG-DF é a formação de referência na área cirúrgica, despertando nos futuros cirurgiões o foco no atendimento humanizado, a produção científica, a participação em congressos e a qualificação profissional obtida principalmente nos estágios a serem realizados no Brasil e no exterior. A Liga conta com oito professores orientadores, a parceria com o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e com o Institute of Applied Anatomy, de Orlando – EUA, para a oportunidade de estágios aos estudantes.

Novo conceito de Liga

A LACiG-DF possui um novo conceito de Liga Acadêmica por sua característica interinstitucional inovadora, pela proposta de qualificação no exterior e a possibilidade de desenvolvimento de ações sociais. O presidente e fundador da Liga, Lucas Augusto, sempre foi engajado em ações sociais que tiveram até repercussão nacional, sonhou com uma Liga bastante ativa na pesquisa, ensino e extensão, que pudesse voltar-se, por meio de apoios, para ações sociais que beneficiem toda a sociedade. “O objetivo da Liga vai muito além da formação de futuros cirurgiões, ela tem o papel importante de humanização tanto dos membros, quanto da medicina como um todo. Ela já foi considerada a maior Liga Acadêmica de Cirurgia do Brasil, segundo o Dr. Porto, porque não existe outra com essas características”, comemora.

Idealizada em 2015, a Liga Acadêmica de Cirurgia Geral (LACiG-DF) passou pela fase de estruturação com o fundador presidente, Lucas Augusto e Luisa Freire, vice-presidente, estudante do segundo semestre, foi lançada no dia 13 de março deste ano, no Auditório Central da UCB. A abertura da LACiG-DF contou com a presença de profissionais convidados, professores e estudantes do curso de Medicina da UCB, de outras instituições do DF e de fora de Brasília.

O evento de abertura recebeu como palestrantes convidados o Dr. Celmo Celeno Porto, um dos maiores médicos cardiologistas brasileiros, o Dr. Bruno Moreira Ottani, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC) e o Dr. Gustavo Ferreira, cirurgião pelo Hospital das Forças Armadas (HFA) que palestraram sobre “a arte clínica”, “o que é ser cirurgião” e “transplante hepático”, respectivamente.

Dr. Celeno Porto, um dos maiores estudiosos sobre as Ligas Acadêmicas, abordou um pouco sobre importância delas na formação dos futuros médicos. Porto agradeceu a oportunidade e considerou de tamanha importância a iniciativa dos estudantes. “As Ligas Acadêmicas são o que temos de fato como contribuição para o ensino médico. Elas existem apenas no Brasil e estão nascendo outras na América Latina. Já temos cerca de 3 mil Ligas e as considero de muita importância, primeiro porque elas são de iniciativa dos estudantes. É fundamental que os estudantes, de maneira geral, tenham iniciativas próprias. Quando eu vejo uma liga nascer, percebo o quanto ela exige de esforço e persistência dos seus líderes e dos participantes”, afirmou Dr. Celeno Porto.

Dr. Celeno disse não encontrar homogeneidade nesses grupos. “As Ligas permitem uma contribuição que a graduação não dá. Que o currículo não dá. Todas as Ligas que eu pesquiso são muito diferentes. É diferente o fato de uma liga não ser ligada a uma única instituição, como essa que vocês estão criando. Essa Liga de Cirurgia é ambiciosa e muito ousada. Preparem-se para vencer obstáculos imensos. Eu desejo que vocês prosperem, se consolidem e sejam uma oportunidade de oferecer algo a mais ao curso”, almejou.

O coordenador do curso de Medicina da UCB, professor Osvaldo Sampaio Netto, destaca também a importância de mais uma Liga Acadêmica como apoio na formação dos estudantes. “Todas as Ligas Acadêmicas são importantes para a formação acadêmica, porque é uma oportunidade do estudante se envolver com a área do seu interesse em atividades voluntárias, permitindo ampliar o conhecimento e adquirir vivência na especialidade. Por ser uma Liga do DF, permite o intercâmbio entre profissionais e estudantes de cursos médicos diferentes, ampliando a vivência da realidade da especialidade no DF”, concluiu.

O que é ser cirurgião?

Dr. Bruno Ottani é membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), especialista em Cirurgia Geral, pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões e médico cirurgião atuante no Hospital Universitário de Brasília (HUB) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, SES-DF. Presente no lançamento da Liga, palestrou sobre “o que é ser cirurgião” e em entrevista ao site da UCB, Ottani responde a três perguntas sobre a atuação do médico cirurgião, a base da criação da Liga Acadêmica de Cirurgia Geral (LACiG-DF).

Dr. Bruno Ottani, o que é ser cirurgião?
Ser cirurgião é somar a compaixão e a doçura do verdadeiro médico à agressividade do bisturi, os opostos que se tocam e se fundem misteriosamente. Talvez, por isso mesmo, os cirurgiões sejam pessoas diferentes, paradoxais e surpreendentes, capazes de um afago e em seguida, proceder a uma interferência necessária no corpo humano. Tudo isso, somado a uma postura de alerta constante, exigência detalhista e cobranças intermináveis.

Como está a procura para essa especialização ou como está o mercado de trabalho para o cirurgião?
Eu não tenho a percentagem de alunos que optam pela cirurgia geral. Mas, no último censo demográfico médico de 2015, temos 8,8% de especialistas em cirurgia geral no país, em um total de 29 mil especialistas. O mercado de trabalho para o cirurgião geral está ficando cada dia melhor, porque temos poucos profissionais que permanecem na cirurgia geral, pois a grande maioria fica nas outras especialidades cirúrgicas. A demanda por cirurgiões é elevada, independentemente da área escolhida. Sempre há mercado para o bom profissional.

O que é necessário para ser um bom cirurgião?
Sem dúvida muitas horas de estudo. Se aprofundar em anatomia, fisiologia do corpo humano e suas relações com as doenças. Também se faz necessário um contínuo treinamento prático para adquirir as habilidades necessárias para a realização das operações. É preciso se atualizar constantemente, seja em congressos, simpósios nacionais e internacionais, seja vendo colegas operando. Portanto, o bom profissional é aquele que sempre está se atualizando, aliado a uma ótima relação médico-paciente, fundamental nos dias atuais.

-- Fonte:Imprensa UCB

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