MP denuncia distritais por irregularidades na contratação de eventos culturais no DF
Ação diz que Agaciel Maia (PR) e Lira (PHS) fizeram promoção pessoal e burlaram licitação em eventos em São Sebastião. Lira diz que ficou sabendo pela imprensa; Agaciel não comentou caso. Foto: Divulgação |
O Ministério Público do Distrito Federal denunciou os deputados distritais Agaciel Maia (PR) e Lira (PHS) por improbidade administrativa na contratação de eventos culturais realizados pela administração regional de São Sebastião, respectivamente em 2011 e 2016.
Em nota, Lira disse que ficou sabendo da denúncia "pela imprensa" e que
não foi notificado, mas responderá ao órgão. Segundo ele, as emendas
parlamentares questionadas pelo MP têm respaldo legal, e a execução
desses pagamentos é de responsabilidade do Poder Executivo.
O deputado Lira é citado por supostas irregularidades em emendas
parlamentares para eventos culturais e educacionais. A primeira foi
apresentada por ele em 19 de novembro de 2015, alterando a lei
orçamentária do ano seguinte e liberando R$ 1,85 milhão "para eventos
nas regiões administrativas". Em outra emenda, o distrital incluiu a Via
Sacra de São Sebastião na lista de eventos financiados.
O Ministério Público questiona o financiamento público tanto da Via
Sacra em São Sebastião, no valor de R$ 95 mil, como da 2ª Caminhada
Comemorativa do Mês das Mães, com custo de R$ 23,7 mil e do Circuito
Cerrado de Rodeios por R$ 56,115 mil.
Nos casos, as empresas e artistas envolvidos foram contratados sem
licitação e segundo o MP, "houve completa burla à regra, uma vez que não
se escolheu, com base em critérios de interesse público, artistas
consagrados pela opinião pública ou pela crítica especializada”.
O Ministério Público informou ainda que no Circuito Cerrado de Rodeios,
por exemplo, havia cartazes e faixas com a fotografia e a promoção
pessoal do parlamentar. O financiamento do evento com dinheiro público,
também foi questionado, uma vez que o órgão entende o rodeio como “um
evento que inflige tortura e maus-tratos aos bovinos”, violando,
portanto, a Lei Orgânica do Distrito Federal que determina a proteção da
fauna e da flora e a proibição da pesca predatória, da caça e de
qualquer prática cruel contra animais.
A realização da Via Sacra também foi denunciada pelo MP como ato de
improbidade administrativa, entre outros fatores, pelo caráter religioso
do evento. A Constituição Federal afirma que “é vedado à União, aos
estados, ao Distrito Federal e aos municípios estabelecer cultos
religiosos, subvencioná-los ou manter com eles qualquer relação de
dependência ou aliança, ressalvada a colaboração de interesse público”.
Fonte: G1, DF
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