sexta-feira, 17 de março de 2017

VIOLÊNIA

Clínicas odontológicas se tornam alvo de assaltantes na Grande Belém

Sindicato da categoria afirma que 5 clínicas foram assaltadas neste ano.
Polícia já identificou suspeito de atirar em dentista e matar o marido dela.




As clínicas odontológicas localizadas na região metropolitana de Belém vêm se tornado alvo fácil para assaltantes. De acordo com o Sindicato dos Odontólogos do Pará (Soepa), cinco clínicas desse tipo foram invadidas por bandidos este ano na Grande Belém.
Na última quarta-feira (15), bandidos armados invadiram um consultório odontológico no bairro do Marco, em Belém. Segundo a polícia, os suspeitos levaram um HD externo, dinheiro e telefones celulares dos pacientes. O marido da dentista, dona na clínica, Euláio Carneiro da Silva, de 50 anos, teria reagido e atingido por um tiro. Ele morreu no local. A esposa da vítima foi atingida na perna e levada para um hospital particular.
A Polícia Civil informou que já identificou o homem suspeito de atirar nas vítimas. Embora tenha apresentado um documento falso na clínica, ele foi identificado como sendo foragido da Colônia Agrícola Heleno Fragoso em janeiro deste ano, onde cumpria pena por roubo. O assaltante fez limpeza e obturação nos dentes antes de anunciar o assalto. A polícia já sabe que ele fugiu em um táxi levando as imagens do circuito interno do consultório. O delegado responsável pelo caso conta que já analisa as imagens de câmeras que ficam perto do local do crime.
"Para entender que horas ele entrou, ele saiu, se tinha alguém no apoio. Estamos trabalhando com várias possibilidades para elucidar a causa do crime se foi latrocínio, execução. O que nos acha atenção é ele ter isso sozinho para a clínica, aproveitado um momento em que estivessem menos pessoas para realizar a ação; inclusive ter feito o procedimento odontológico, isso causa estranheza", esclarece o delegado André Costa.
Sindicato orienta profissionais
Uma dentista, que pediu para não ser identificada, conta que nãoo desconfiou do paciente que atendia e tomou um susto no fim da consulta, em dezembro do ano passado. As câmeras registraram a chegada do casal de assaltantes ao consultório no bairro de Batista Campos, em Belém. A vítima conta que eles foram violentos.
"Ele pegou o meu pescoço, me engasgou e, logo em seguida, botou a arma na minha cabeça e disse 'é um assalto'. Ele pediu dinheiro, celular e eu entreguei o que eu tinha. Só que, logo em seguida, para a minha surpresa, a mulher que estava junto, que falou para ele 'Olha, ela deve ter mais coisas, né?' E começaram a revirar meu consultório, mas como não encontraram, ela pegou um instrumento odontológico e começou a perfurar meu braço. Eu,
já sangrando, e ela disse para ele me deixar desmaiada. Ele pegou novamente o meu pescoço e tentou me desmaiar. Aí eu vi a morte de perto porque ele apertava meu pescoço e eu sangrando", relembra.
Após o episódio de violência, a dentista conta que trabalha com medo.
"Muito medo, muito assustada. Tem horas assim que eu penso: 'Eu atendo?'. Não. Eu vou ter que atender porque foi a profissão que eu escolhi, trabalhar com o público, mas é muito temeroso mesmo. Infelizmente a gente está em uma situação dessa", lamenta a vítima.
O presidente do sindicato da categoria, Armando Dourado, conta que os profissionais recebem orientações para tentarem se proteger.

"Procurar identificar a pessoa, o telefone, confirmar se aquela pessoa mora naquele local, se o telefone é dela mesmo, mesmo que seja móvel, guardar sempre o celular em determinado lugar para em qualquer eventualidade chamar a polícia ou seus parentes", lista Dourado.

FONTE: G1 PARÁ

Nenhum comentário:

Postar um comentário