quinta-feira, 16 de março de 2017

SAÚDE

Vistoria flagra irregularidades no Hospital Municipal de Paragominas

Médicos cumpriam apenas metade da carga horária prevista em contrato.
Prefeitura disse que está apurando o caso e que irá investir em infraestrutura



Após receberem denúncias, o Ministério Público do Estado (MPPA) e a Defensoria Pública fizeram uma vistoria na última quarta-feira (15) no Hospital Municipal de Paragominas, no sudeste do Pará, quando constataram vários indícios de irregularidades e um cenário de descaso com os moradores que precisam de atendimento público em saúde.
Segundo os órgãos, os médicos não estariam cumprindo integralmente a carga horária prevista nos contratos: ao invés de trabalharem 8h por dia, a maioria só cumpria a metade disso. Além disso, apenas cinco médicos estavam trabalhando. Outros 12 saíram antes de cumprir o horário e um deles nem veio ao hospital porque estava viajando.
"Isso é muito grave porque nós constatamos que são especialidades sensíveis, como pediatra, que hoje deveria estar trabalhando no hospital municipal porque o regime de contrato dele é de 40 horas semanais e não estava no seu local de trabalho. Nós temos ginecologistas, traumatologistas, neurologistas. A população, no aspecto geral, está sendo muito lesada em Paragominas em virtude dessa falta de médicos e que deveriam estar no seu local de trabalho nesse momento", explicou o defensor público Diogo Luan.
A Prefeitura disse que irá apurar as denúncias.

"A Prefeitura está averiguando por que estes profissionais não estavam em serviço e está se fazendo esse levantamento e, quem sabe agora também a gente adote o mesmo procedimento dos postos de saúde, que é o ponto biométrico para marcar a frequência dessas pessoas", justificou Paulo Tocantins, prefeito de Paragominas.
Durante a vistoria também foram constatados diversos problemas na estrutura do prédio.
"O Ministério Público também fez fiscalização e encontrou três salas de enfermagem sem ar condicionado funcionando, lixo hospitalar dentro dessa sala, uma Unidade de Carinho Intensiva (UCI), caríssima, fechada porque não funciona; são cinco equipamentos que poderiam estar salvando vidas de crianças, mas não funciona. Iremos notificar o município para que no máximo em 10 dias preste os primeiros esclarecimentos sobre essas situações", declarou o promotor Reginaldo César Alves.
A Prefeitura garantiu ainda que já montou um planejamento para melhorar a estrutura do hospital.
"Nós estamos fazendo todo um trabalho de engenharia para a reforma do hospital municipal, devemos ampliá-lo, ampliar também o número de leitos. Nós já temos R$ 7,5 milhões do Fundo Municipal de Saúde destinados para essa reforma e ampliação", esclareceu o prefeito.

FONTE: G1 PARÁ

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