Terminal é fechado em ato contra aumento da passagem de ônibus
Local ficou fechado por uma hora e causou transtornos, em Rio Branco.
Estudantes e comunidades são contrários ao aumento da passagem.
O Terminal Urbano foi fechado por cerca de uma hora na manhã desta terça-feira (14), em Rio Branco em um ato contra o aumento da passagem de ônibus em Rio Branco. Durante a manifestação com ao menos 30 pessoas, os ônibus não conseguiram entrar no local e os passageiros tiveram de embarcar nos coletivos no meio da rua. O protesto foi feito por movimentos estudantis e sindicais, além de moradores de bairros que são contrários ao reajuste da tarifa de ônibus para R$ 3,50 que foi aprovado na segunda (13).
"Muitas vezes o estudante não tem a passagem para poder arcar e fazer um curso técnico. Achamos que a passagem de R$ 1 é válida, mas quando eu terminar o ensino médio e seguir para a faculdade é preciso fazer um curso técnico e, para isso, terei que pagar a passagem inteira, pois é preciso comprovar a matrícula e quem ainda está buscando a universidade não tem esse direito", diz Melque Alves, de 18 anos, que faz parte do movimento estudantil.
Os manifestantes também pedem que o relatório do aumento da passagem passe por um referendo na Câmara dos Vereadores.
Além disso, moradores protestaram contra a implantação do novo sistema de ônibus, que compreende as linhas Tancredo Neves, Alto Alegre, Irineu Serra e Wanderley Dantas.
A representante dos bairros, Gecilene Quadros, diz que mais de 700 moradores fizeram um abaixo-assinado que deve ser encaminhado para a Prefeitura de Rio Branco, Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans) e Ministério Público do Acre (MP-AC).
"Também somos contra o aumento da passagem, contra as mudanças no sistema e pretendemos fechar novamente o terminal. Estamos chamando as pessoas para que se unam ao movimento, pois a participação da comunidade é importante para essas reivindicações", ressalta.
Apesar de acharem a causa justa, muitos passageiros reclamaram do atraso nos ônibus após o protesto. A dona de casa Kely Souza, de 23 anos, conta que mora na zona rural de Sena Madureira e ficou esperando o ônibus por mais de uma hora devido ao protesto para seguir para um bairro de Rio Branco.
"Estava tudo fechado e temos horário para chegar nos locais. O ônibus demora muito e já era para termos chegado até o destino que é o bairro Bahia Palheiral. Não compensa aumentar o salário se vão aumentar a passagem, o arroz e o feijão. O custo de vida está muito caro e ainda fazem isso", lamenta.
O agricultor Marcelo Fontinelli também reclama da demora devido ao protesto. Ele afirma que pegaria o ônibus do Quixadá às 11h, mas devido ao atraso ainda aguarda o coletivo. "Só devo pegar o ônibus às 15h, mas tudo bem, eu não tinha programação. Concordo com o protesto, a passagem está muito cara e o ônibus que pego passa cinco vezes no dia" finaliza.
Aumento da passagem de ônibus
O Conselho Tarifário de Rio Branco aprovou, durante reunião nesta segunda-feira (13), o aumento de 50 centavos na tarifa de ônibus. Foram 7 votos favoráveis ao reajuste e 2 contra. A votação foi realizada após uma suspensão de 48 horas na última sexta (10).
O Conselho Tarifário de Rio Branco aprovou, durante reunião nesta segunda-feira (13), o aumento de 50 centavos na tarifa de ônibus. Foram 7 votos favoráveis ao reajuste e 2 contra. A votação foi realizada após uma suspensão de 48 horas na última sexta (10).
O resultado eleva a passagem que era de R$ 3 para R$ 3,50 (inteira), mas o valor de R$ 1 para os estudantes deve ser mantido, segundo a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTRANS).
Nesta manhã desta terça (14), motoristas e cobradores também protestaram em Rio Branco contra a CPI que deve investigar o transporte público da capital. O presidente do sindicato, Marco Costa, alega que os mais de mil funcionários temem ser demitidos.
A CPI foi proposta no dia 2 de fevereiro pelo vereador Roberto Duarte (PMDB-AC). A ideia investigar supostas irregularidades nos contratos das empresas de transporte público de Rio Branco. O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes do Acre (Sinttpac) alega que a categoria não foi convidada para participar da comissão e acredita que a CPI pode prejudicar os trabalhadores.
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