Com as fábricas da Schin, a holandesa Heineken entra na briga pelo mercado Brasil de cervejas
Foi assim: Paulo Drummond era presidente da Companhia Industrial de Vidros (CIV), no bairro da Várzea no Recife, quando decidiu visitar o empresário Nelson Schincariol para tentar convencê-lo a vir para o Nordeste.A Schincariol tinha apenas três fábricas e ele não pensava vir para tão longe. Sua companhia estava se posicionando bem no Sudeste e a empresa belgo-brasileira Anheuser-Busch InBev (AB InBev) não existia como a maior cervejaria do mundo.Drummond começou dizendo que Pernambuco estava bem com o então governador, Jarbas Vasconcelos reorganizando as finanças, o Porto de Suape receberia, em breve, um terminal de contêineres e o estado já contava com fábricas de latas, de embalagens PET e tinha tradição no setor de gráficas e de tampas. O governador estava implantando o Prodepe e, finalmente, tinha água na Região Metropolitana do Recife, o chamado aquífero Beberibe, a maior reserva de água de subsolo do Nordeste…
… e fábrica de garrafa, não é Paulo?Nelson Schincariol interrompeu o executivo com um olhar matreiro abrindo um sorriso.– Está certo, vamos conversar com o Governo de Pernambuco.Em 2003, a companhia não só inaugurou a fábrica do Recife como outras duas. Uma em Alexânia (GO) e outra em Manaus (AM). Até então o mais longe que a cerveja tinha chegado fora de Itú (SP) onde nasceu era Alagoinhas (BA).O sucesso da planta do Recife que atendia até o Ceará levou a Skin a aquisições em 2007 da marca Devassa e da Unidade Baden Baden, de Campos de Jordão (SP), além da fábrica em Igarassu (PE) do empresário Ricardo Franco.Naquele mesmo ano, ela também inaugurava outra fábrica em Horizonte (MG). E, em 2008, comprou a Eisenbahn, em Blumenau (SC), ampliando a presença da companhia no segmento de cervejas Premium. Também comprou a marca de cervejas Cintra e lançou a Itubaína Retrô. Quando em 2011 a Kirin Holdings Company adquiriu o controle acionário pleno da Schincariol ela era segunda maior cervejaria do Brasil.
O problema é que os japoneses não entenderam nada do mercado Brasil. E desde então as marcas Shin foram perdendo espaço para a Skol e para as novas cervejas. Até que, em 2015, a operação Brasil foi responsável, primeira vez na história da Kirin, por um ano no vermelho desde que abriu seu capital, em 1949.A Kirin, segunda maior fabricante de cerveja do Japão, foi um dos mais agressivos compradores de ativos estrangeiros no período 2006-2011, buscando alternativas a um mercado interno envelhecido e em contração.Naquele ano, os japoneses estavam animados. Em 2011, quando a japonesa desembolsou quase R$ 4 bilhões pelo controle da cervejaria familiar Schincariol – na época, vice-líder do mercado nacional -, o Brasil havia crescido 7,5% no ano anterior e a cervejaria se apresentava como uma concorrente capaz de incomodar a gigante Ambev.
Não foi isso que aconteceu. Cinco anos depois, a situação se inverteu completamente: a economia brasileira entrou numa espiral recessiva – em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 4% – e a Brasil Kirin viu sua relevância se esvaziar, perdendo 25% de participação de mercado e amargando o quarto lugar em vendas no País.O problema não foi só com a economia. A companhia não entendeu o marcado e começou a perder espaço. Quando em 2015 a operação Brasil foi responsável pelo primeiro prejuízo os acionistas japoneses mandaram a ordem de sair do país.Não foi só culpa da crise. O setor cervejeiro é um dos mais relevantes da economia brasileira. Com mais de 2,2 milhões de pessoas empregadas ao longo da cadeia, é um dos maiores empregadores do Brasil.
Como possui um importante efeito multiplicador na economia, sua atuação movimenta uma extensa cadeia produtiva que é responsável por 1,6% do PIB e 14% da indústria de transformação nacional.Ontem, quando a a companhia holandesa anunciou a compra que a fará se tornar a segunda maior empresa de cerveja do Brasil, acirrando ainda mais a concorrência com a Ambev e o Grupo Petrópolis os japoneses amargavam um colossal prejuízo.A Heineken pagará 664 milhões de euros (cerca de R$ 2,2 bilhões) pela totalidade das ações da Brasil Kirin. Somadas as dívidas, a empresa foi avaliada em 1,025 bilhão de euros (R$ 3,4 bilhões). A operação ainda precisa ser aprovada por órgãos reguladores. A previsão é de que o negócio seja fechado na primeira metade do ano.
Como possui um importante efeito multiplicador na economia, sua atuação movimenta uma extensa cadeia produtiva que é responsável por 1,6% do PIB e 14% da indústria de transformação nacional.Ontem, quando a a companhia holandesa anunciou a compra que a fará se tornar a segunda maior empresa de cerveja do Brasil, acirrando ainda mais a concorrência com a Ambev e o Grupo Petrópolis os japoneses amargavam um colossal prejuízo.
A Heineken pagará 664 milhões de euros (cerca de R$ 2,2 bilhões) pela totalidade das ações da Brasil Kirin. Somadas as dívidas, a empresa foi avaliada em 1,025 bilhão de euros (R$ 3,4 bilhões). A operação ainda precisa ser aprovada por órgãos reguladores. A previsão é de que o negócio seja fechado na primeira metade do ano.
A Heineken com a Schin vai ganhar escala. É considerada pelos especialistas a cerveja aspiracional. Isto é: o consumidor que já toma cerveja de milho deseja tomar a Heineken porque ela é de malte. Na boca do consumidor é o objeto de desejo.Em dezembro, a empresa de mídia digital E.life analisou 48.049 imagens publicadas pelo Instagram entre às 23h00 do dia 31/12/2016 e a 01h00 do dia 01/01/2017 buscando por logotipos de empresas de bebidas em fotos da rede e descobriu que cerveja é a bebida mais consumida na virada, com números maiores do que espumantes.A categoria de cerveja foi a campeã disparada de consumo, com mais de 40 mil logos identificados (uma imagem pode conter mais de um logo), seguida por vinhos (12.765 identificações), refrigerantes (8.609) e só então espumantes, que ganharam uma classificação especial por serem símbolo da época e que tiveram 7.329 menções.
Entretanto dentro de cervejas, destaque foi para Heineken (4.629 aparições) A Skol cuja campanha de marketing é 10 vezes maior que a Heineken teve apenas 4,315 ocorrências, cujas marcas aparecem em momentos de consumo com amigos.Na verdade, a Heineken não tinha bala na agulha para enfrentar a gigante Ambev. Agora com as 12 fábricas da Schincariol. Agora tem.
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Fonte: JC Negócios
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