segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

BRASIL

Exército começa a atuar no ES após dia de caos, violência e medo

Exército atua nas ruas da Grande Vitória (Foto: Divulgação/ Sesp-ES)
Exército atua nas ruas da Grande Vitória (Foto: Divulgação/ Sesp-ES)

O Exército começou a atuar nas ruas da Grande Vitória na tarde desta segunda-feira (6). Eles foram acionados por causa da grande quantidade de atos criminosos ocorrendo desde sábado (4), quando famílias de militares começaram a impedir a saída de viaturas, paralisando o policiamento. A Grande Vitória registrou 62 mortes violentas desde o início dos protestos, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo.
Um vídeo enviado por um morador mostra o início da ação do Exército no bairro Praia do Canto, em Vitória. Nas imagens é possível ver os militares revistando e apontando as armas para suspeitos próximo à Ponte Ayrton Sena. Uma das pessoas está deitada no chão.
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), a partir desta terça-feira (7), 1200 homens das Forças Armadas estarão nas ruas de todo o Espírito Santo.
Os militares do Exército do 38º Batalhão de Infantaria saíram da Prainha, em Vila Velha, em nove veículos por volta das 18h45.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, chegou a Vitória na tarde desta segunda para acompanhar de perto a situação no estado.
"Atendendo a um pedido do governador, o presidente recomendou que as Forças Armadas realizassem uma ação de garantia da lei e da ordem. Os militares já estão nas ruas. Entre hoje e amanhã estaremos com um efetivo compatível com a necessidade do estado", disse.

Os homens do Exército vão trabalhar em conjunto com policiais civis, guardas municipais e policiais militares que estiverem nas ruas. "Seremos inflexivos e determinados em instaurar a ordem, a paz e a tranquilidade em Vitória e onde for necessário. Não vamos deixar margem para que triunfem os bandidos e a criminalidade", garantiu o ministro.

Força Nacional
O governador em exercício, César Colnago, afirmou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Alexandre Moraes, autorizou o envio de homens da Força Nacional para o policiamento, vindos do Rio de Janeiro e Brasília.


Reajuste fora de cogitação
O governador em exercício, César Colnago, disse que o governo está disposto a conversar, mas explicou que o reajuste salarial está fora de cogitação no momento.

"Acreditamos que o bom senso e a racionalidade possam retornar e que possamos conversar e dialogar a partir desse entendimento. O governo entende que quando ele tiver caixa, que quando tiver superávit de receita, poderá mexer nos salários e fazer ofertas de serviço. Enquanto tiver deficitário, eu não tenho como prometer aquilo que eu não tenho", disse.

Para o novo comandante da Polícia Militar, Nylton Rodrigues, os pedidos dos PMs são legítimos, mas que o movimento não pode ocorrer dessa forma.

"Eu considero legítimas as reivindicações dos meus policiais, vou me tornar uma voz da instituição junto ao governo, para que essa situação seja revertida e os nossos policiais sejam valorizados. Mas não posso admitir como está, a Polícia Militar não vai abandonar a população capixaba", falou.


Policiais nas ruas
Nylton Rodrigues explicou que os policiais militares estão começando a voltar para as ruas aos poucos. "Os policiais que trabalham no serviço administrativo estarão fazendo o policiamento ostensivo a pé. O Batalhão de Missões Especial e a ROTAM prestarão apoio a esses policiais caso seja necessário", explicou.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados, cabo Renato, explicou que esses policiais que estão a pé precisam do apoio de viaturas. Ele não soube informar quantos estão trabalhando. "A Polícia Militar não está em greve, então se o comando exige que eles vão para a rua a pé, eles devem ir. Porém, o trabalho de madrugada é feito com rádio-patrulha, não a pé. Se for exigido que esses policiais fiquem a pé de madrugada, vai ser como jogá-los em uma cova de leões", disse.
Fonte: G1

 

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