Sema
quer anular lei de fiscalização de
comércio de pássaros
Secretaria protocolou pedido de ação direta de inconstitucionalidade na Procuradoria-Geral do Distrito Federal. Lei facilita tráfico de animais e maus-tratos
A
Secretaria do Meio Ambiente (Sema-DF) protocolou pedido de interposição
de ação direta de inconstitucionalidade (ADI) na Procuradoria-Geral do
Distrito Federal (PGDF) contra a Lei Distrital 5.758/2016. A lei restringe a fiscalização e diminui o controle sobre os criadores amadores e comerciais de pássaros silvestres.
O
secretário do Meio Ambiente, André Lima, afirma que a lei é
incompatível com o Sistema de Gestão de Criadores de Passeriformes
Silvestres (Sispass) e facilita a fraude. A nova norma foi publicada no
Diário Oficial do Distrito Federal no dia 22 de dezembro de 2016.
Para
a chefe da Unidade Estratégica de Direitos Animais da Sema-DF, Mara
Moscoso, a lei facilita o tráfico de animais e maus-tratos. “Permite que
os criadores levem aves em gaiolas para ambientes naturais, sob a
justificativa de resgate de características comportamentais da espécie, o
que pode possibilitar acobertamento da prática de caça predatória e o
tráfico de animais silvestres”, ressalta.
“A
regra fragiliza a fiscalização porque os fiscais ambientais teriam que
marcar horário e somente em dias comerciais e não poderiam entrar nos
recintos. Isso é uma regra prejudicial ao meio ambiente”, afirmou Raul
do Valle, chefe da Assessoria Jurídico Legislativa da Sema-DF.
Veto do governador
O
governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, havia vetado integralmente o
Projeto de Lei 153/2015, com base em uma recomendação do Comitê
Interinstitucional da Política Distrital para Animais (CIPDA). A Câmara
Legislativa do Distrito Federal (CLDF) derrubou o veto em 5 de dezembro
de 2016.
O
CIPDA aprovou o parecer técnico do Instituto Brasília Ambiental
(Ibram), contrário ao projeto de lei. A Sema-DF também havia manifestado
posição contrária ao tema durante audiência pública no plenário da
Câmara Legislativa, em 2015.
O CIPDA é composto por 14 membros de órgãos de governo (distrital e federal), da sociedade civil e entidades de pesquisa.
Parecer técnico
O
Ibram destacou em parecer que o projeto de lei propicia a criação de
espécies híbridas, causando um grande risco ao meio ambiente. Além
disso, permite ações que camuflem a caça predatória na natureza e
distorce a finalidade de conservação de passeriformes ao transformar a
atividade em comércio.
O
texto legislativo permite ainda, segundo o Ibram, a atividade comercial
sem nenhum controle fazendário, sem arrecadação de imposto, causando
competição ilegal, além de permitir sonegação de impostos.
Com informações da Assessoria de Comunicação Social
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