sábado, 7 de janeiro de 2017

ESPORTES

Silverstone: o berço da F1 pode sair do Mundial

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Associação de pilotos britânicos, que gere o recinto, diz que o Grande Prémio está a ficar financeiramente insustentável

Foi em Silverstone que tudo começou, a 13 de maio de 1950. Nesse dia, o italiano Giuseppe Farina ganhou a primeira corrida da história da Fórmula 1, ao volante de um Alfa Romeo. De então para cá, o circuito britânico tornou-se um dos mais famosos palcos da F1, talvez só superado pelo traçado citadino do Mónaco, e desde 1987 tem sido sempre a casa do Grande Prémio da Grã-Bretanha. Mas isso pode mudar em breve: Silverstone está a considerar abandonar a Fórmula 1 devido ao custos insuportáveis.

O alerta chegou aos media britânicos após uma carta enviada por John Grant aos membros do Clube de Pilotos de Corrida Britânicos (BRDC), que gere o circuito. Nessa carta, Grant avisa para os "riscos potencialmente ruinosos" de continuar a organizar o Grande Prémio de F1 e comunica que está a ser ponderada a hipótese de acionar a cláusula de rescisão do contrato.
Nesta altura, a BRDC tem um compromisso assinado com a empresa que gere a Fórmula 1 válido até 2026, mas há uma cláusula que permite romper a ligação com efeitos a partir de 2019. "A direção está a considerar se deve informar antes do GP de 2017 (como requerido) a sua intenção de terminar o contrato. Temos de nos precaver em relação aos riscos", escreveu John Grant, na carta vista pela estação televisiva ITV News.
Os custos da organização de uma corrida de Fórmula 1 aumentaram consideravelmente nos últimos anos, com o excêntrico patrão da competição Bernie Ecclestone a explorar a abertura dos novos mercados - da Ásia ao Médio Oriente, passando pela Europa de Leste e América Latina - para aumentar as garantias financeiras exigidas. No caso de Silverstone, o último acordo foi celebrado em finais de 2009, para um período de 17 anos, e previa um pagamento de 12 milhões de libras no primeiro ano, com um aumento anual de 5% até 2026, o que dará atualmente cerca de 17 milhões de libras (20 milhões de euros).
A dificultar ainda mais as contas para a associação que gere o histórico circuito de Northamptonshire, no centro de Inglaterra, Silverstone é o único traçado do Mundial que não recebe qualquer fundo de ajuda governamental. O que faz que nem em "anos bons" o Grande Prémio britânico seja rentável, refere John Grant na missiva enviada aos sócios do BRDC. "Mesmo num ano bom as receitas da bilheteira não dão para cobrir os custos. Por isso, se tivermos um ano mau a situação pode ficar insustentável", explicou. Em 2015, por exemplo, a corrida deu dois milhões de libras de prejuízo, nota o jornal The Guardian.
Bernie Ecclestone, que se mantém como diretor executivo da F1, apesar de a competição ter sido comprada no ano passado pelo grupo norte-americano Liberty Media, já reagiu. "Se eles querem acionar a cláusula, não podemos fazer nada. Mas já recebi duas propostas de outros circuitos britânicos para ficarem com o Grande Prémio", disse o empresário, que tem mantido uma relação algo conflituosa com a BRDC.
Para já, Silverstone só está seguro até 2019. Sobre os anos seguintes, a decisão será tomada até 16 de julho, data do próximo Grande Prémio da Grã-Bretanha.
Manor em risco de falência
Outra má notícia para a representação britânica na Fórmula 1 é a de que a escuderia Manor entrou em administração judicial e arrisca falência, depois de ter falhado a captação de novos investidores.

 Fonte: DN




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