Brasil exportou 30,7 milhões de sacas de café para 127 países de janeiro a novembro deste ano
Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do
Brasil – CeCafé, até o fim do ano o Brasil deverá exportar 34 milhões de
sacas de 60kg Créditos imagem: Visão Agro
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O ‘Relatório mensal novembro 2016', do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – CeCafé, destaca, entre outras análises, que o total dos Cafés do Brasil exportados no período de janeiro até novembro de 2016 atingiu 30.769.180 sacas de 60kg, com receita de US$ 4,8 bilhões.
A soma dos últimos 12 meses (dez/2015 a nov/2016) registrou 34.019.172 sacas, com total de receita de US$ 5,3 bilhões. Em novembro, as exportações de café brasileiro somaram 3.071.554 sacas de 60kg. Segundo o CeCafé, em comparação com o mesmo período de 2015, houve uma queda de 12,2%, devido à redução dos embarques de café conilon e a impactos da greve alfandegária no Porto de Santos, que comprometeu o processamento de certificados de exportação.
Segundo análise do Conselho, "a situação
favorável do dólar, que resultou na receita cambial positiva, compensou
o decréscimo de exportações observado nos últimos meses. Essa
diminuição ocorre principalmente devido à redução de oferta do café
conilon, reflexo do período de seca no estado do Espírito Santo.
Justamente por isso, acreditamos que devemos fechar o ano civil em cerca
de 34 milhões de sacas exportadas", afirma Nelson Carvalhaes,
presidente do CeCafé.
O Relatório mensal novembro 2016,
disponível no Observatório do Café, coordenado pela Embrapa Café, aponta
que 127 países importaram o café brasileiro durante este ano (janeiro a
novembro). Os cinco principais destinos do café exportado pelo Brasil
nesse período, por ordem decrescente em termos de quantidade, foram:
Estados Unidos, com 5.805.870 sacas, Alemanha (5.596.361), Itália
(2.658.381), Japão (2.227.323) e Bélgica (1.856.960).
Especificamente com relação aos cafés
diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de
certificado de práticas sustentáveis, por exemplo), o CeCafé mostra que
em novembro de 2016 foram exportadas 455.015, que geraram US$ 101,5
milhões de receita cambial para o Brasil. No período de janeiro a
novembro deste ano foram embarcadas 5.442.831 sacas de cafés
diferenciados, que representaram 17,7% do volume de café verde
exportado, com preço médio de US$ 195,43, aproximadamente 25% superior à
média total do café verde exportado.
Cafeicultura Sustentável - O CeCafé traz
também no seu Relatório de novembro o artigo ‘Cafeicultura Sustentável –
Questões Climáticas e a Cafeicultura Brasileira', o qual trata da
preocupação mundial com as questões climáticas e as consequências do
aquecimento global, que podem ser devastadoras, especialmente para a
agricultura, segundo o documento. No caso da cafeicultura, o artigo cita
efeitos como diminuição das áreas de cultivo e perdas de grandes
safras, baseando-se em dados do relatório da Organização das Nações
Unidas – ONU sobre mudanças climáticas. Diante desse cenário, defende
políticas globais bem estruturadas que incentivem a pesquisa
agropecuária e a adoção de boas práticas. Para isso, destaca que
cientistas, produtores e empresas têm se dedicado para implantar novas
tecnologias que promovam produção em bases cada vez mais sustentáveis.
Como exemplo de sucesso nesse sentido, o
artigo destaca o desenvolvimento de três novas cultivares de café
conilon pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural – Incaper, em parceria com a Embrapa Café, ambas
instituições do Consórcio Pesquisa Café. O esforço conjunto criou, de
acordo com o documento, novas cultivares (Diamante ES8112, ES8122
Jequitibá e Centenária ES8132) que estimulam o novo ciclo da
cafeicultura do estado, pois possuem melhores características e maior
rendimento em termos de produtividade, o que contribui com o
desenvolvimento sustentável e equilibrado e com a melhoria na qualidade
de vida dos produtores.
O artigo do CeCafé também cita como
exemplo a cultivar BRS Ouro Preto, desenvolvida pela Embrapa Rondônia –
também integrante do Consórcio Pesquisa Café. A BRS Ouro Preto é uma
cultivar clonal recomendada especialmente para Rondônia (segundo
produtor de café conilon do Brasil) e foi obtida pela seleção de
cafeeiros com características adequadas às lavouras comerciais do estado
e adaptada ao clima e ao solo da região. Essa cultivar da Embrapa é
tolerante aos principais estresses climáticos observados nos polos de
cafeicultura em Rondônia: alta temperatura, elevada umidade do ar e
déficit hídrico moderado.
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