Réu na Lava Jato diz em audiência com Moro que foi coagido pela PF
Declaração foi dada em interrogatório nesta segunda (29), em Curitiba.
PF informou que não foi notificada pela Justiça e que não vai se pronunciar.
Réu na 28ª fase da Operação Lava Jato, Paulo César Roxo Ramos – que era assessor do ex-senador Gim Argello (PTB) – disse que foi coagido por um delegado federal durante um depoimento prestado à Polícia Federal (PF) em abril deste ano. Ramos foi interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, nesta segunda-feira (29), em Curitiba.
O acusado responde por corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais e obstrução à investigação. Ele chegou a ser preso temporariamente em abril, quando a 28ª etapa da operação, batizada de "Vitória de Pirro", foi deflagrada.
"Eu fui coagido, chantageado, intimidado ostensivamente de maneira pouco usual, acima do que é aceitável, entendo eu, pelo código de conduta da carreira do servidor público. O tempo todo sendo dito que se eu não colaborasse, não falasse o que o delegado queria ouvir, que a minha prisão seria convertida em definitiva – várias vezes isso, não foi (sic) uma ou duas. O tempo todo dizendo que eu precisava colaborar, que eu precisava isso".
Ramos não citou o nome do delegado federal.
Procurada pela reportagem, a PF informou que ainda não foi oficialmente notificada pela Justiça sobre o conteúdo do interrogatório de Ramos e que, por enquanto, não vai se manifestar sobre o assunto.
O réu ainda disse que, apenas no fim do depoimento prestado à PF, foi avisado que o alvará de soltura dele já tinha sido concedido. Segundo o acusado, com uma mão o delegado lhe deu o alvará de soltura e com a outra lhe entregou o depoimento para assinar. "Eu praticamente não li esse depoimento", afirmou.
Por essas razões, conforme Ramos alegou ao juiz Sérgio Moro, há divergências entre o que ele disse anteriormente. À PF, o réu disse que o valor de 200 mil euros que transportou do delator Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, para o ex-senador era "por fora". De acordo com o relato feito à PF, Ramos afirmou que, ao entregar o dinheiro a Gim Argello, pediu para que ele não o colocasse novamente naquela situação, por se tratar de uma "ação por fora, não oficial".
Já a Sérgio Moro, o acusado disse nesta segunda que pediu para o ex-senador não colocá-lo naquela situação, que era de risco, por causa da integridade física dele ao transportar aquela quantia em espécie: "Eu reclamei da situação do transporte, da minha integridade física".
"Eu nunca entendi que fosse por fora. Eu não tinha consciência disso em nenhum momento e nunca me foi dito que ela não era por fora. Acredito que ela deva ter sido contabilizada. Não sei. Não faço essa área, não cuido dessa área", relatou Ramos. Ele era coordenador de comunicação da campanha pela coligação do ex-senador.
O réu também disse não ter conferido o envelope entregue por Júlio Camargo e que não sabia que Gim Argello teria pedido dinheiro aos executivos de empreiteiras para que não fossem convocados para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional, em 2014, que investigou o esquema de corrupção na Petrobras.
Na sexta (26), Gim Argello foi ouvido por Sérgio Moro. O ex-senador negou que tenha pedido propina para empreiteiros investigados na operação para que eles não fossem convocados CPMI) da Petrobras.
Para os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), há evidências de que Gim Argello pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. A vantagem indevida era para evitar que os empreiteiros fossem chamados para depor na CPMI.
Os recursos, ainda conforme divulgado pelo MPF, foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha.
Réu na 28ª fase da Operação Lava Jato, Paulo César Roxo Ramos – que era assessor do ex-senador Gim Argello (PTB) – disse que foi coagido por um delegado federal durante um depoimento prestado à Polícia Federal (PF) em abril deste ano. Ramos foi interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, nesta segunda-feira (29), em Curitiba.
O acusado responde por corrupção passiva, concussão, lavagem de capitais e obstrução à investigação. Ele chegou a ser preso temporariamente em abril, quando a 28ª etapa da operação, batizada de "Vitória de Pirro", foi deflagrada.
"Eu fui coagido, chantageado, intimidado ostensivamente de maneira pouco usual, acima do que é aceitável, entendo eu, pelo código de conduta da carreira do servidor público. O tempo todo sendo dito que se eu não colaborasse, não falasse o que o delegado queria ouvir, que a minha prisão seria convertida em definitiva – várias vezes isso, não foi (sic) uma ou duas. O tempo todo dizendo que eu precisava colaborar, que eu precisava isso".
Ramos não citou o nome do delegado federal.
Procurada pela reportagem, a PF informou que ainda não foi oficialmente notificada pela Justiça sobre o conteúdo do interrogatório de Ramos e que, por enquanto, não vai se manifestar sobre o assunto.
O réu ainda disse que, apenas no fim do depoimento prestado à PF, foi avisado que o alvará de soltura dele já tinha sido concedido. Segundo o acusado, com uma mão o delegado lhe deu o alvará de soltura e com a outra lhe entregou o depoimento para assinar. "Eu praticamente não li esse depoimento", afirmou.
Por essas razões, conforme Ramos alegou ao juiz Sérgio Moro, há divergências entre o que ele disse anteriormente. À PF, o réu disse que o valor de 200 mil euros que transportou do delator Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, para o ex-senador era "por fora". De acordo com o relato feito à PF, Ramos afirmou que, ao entregar o dinheiro a Gim Argello, pediu para que ele não o colocasse novamente naquela situação, por se tratar de uma "ação por fora, não oficial".
Já a Sérgio Moro, o acusado disse nesta segunda que pediu para o ex-senador não colocá-lo naquela situação, que era de risco, por causa da integridade física dele ao transportar aquela quantia em espécie: "Eu reclamei da situação do transporte, da minha integridade física".
"Eu nunca entendi que fosse por fora. Eu não tinha consciência disso em nenhum momento e nunca me foi dito que ela não era por fora. Acredito que ela deva ter sido contabilizada. Não sei. Não faço essa área, não cuido dessa área", relatou Ramos. Ele era coordenador de comunicação da campanha pela coligação do ex-senador.
O réu também disse não ter conferido o envelope entregue por Júlio Camargo e que não sabia que Gim Argello teria pedido dinheiro aos executivos de empreiteiras para que não fossem convocados para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional, em 2014, que investigou o esquema de corrupção na Petrobras.
Na sexta (26), Gim Argello foi ouvido por Sérgio Moro. O ex-senador negou que tenha pedido propina para empreiteiros investigados na operação para que eles não fossem convocados CPMI) da Petrobras.
Para os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), há evidências de que Gim Argello pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. A vantagem indevida era para evitar que os empreiteiros fossem chamados para depor na CPMI.
Os recursos, ainda conforme divulgado pelo MPF, foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha.
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