segunda-feira, 29 de agosto de 2016

PARANÁ

Ex-presidente da Queiroz Galvão sai da cadeia e vai para prisão domiciliar

Ildefonso Colares Filho foi diagnosticado com câncer e fará tratamento em SP.
Executivo estava detido desde o início de agosto, na 33ª fase da Lava Jato.




Ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho chega a Curitiba (Foto: Reprodução/RPC)Ex-presidente da Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho foi solto no domingo (28) (Foto: Reprodução/RPC)
O ex-presidente da construtora Queiroz Galvão Ildefonso Colares Filho passou a cumprir prisão domiciliar após uma decisão judicial. O executivo foi preso em agosto deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a 33ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Resta Um".
A decisão para que ele deixasse a cadeia foi tomada no sábado (27), por um juiz plantonista. Ele deixou a cadeia no domingo (28). Nesta segunda-feira (29), o juiz federal Sérgio Moro ratificou a medida.
De acordo com a decisão de Moro, Ildefonso Colares Filho recebeu um diagnóstico de câncer. O juiz disse no despacho que o médico que avaliou o executivo necessita de uma cirurgia de urgência. O procedimento deverá ser realizado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Ainda conforme Moro, Ildefonso Colares Filho vai ter que usar tornozeleira eletrônica, mesmo no período em que estiver internado. O juiz também determinou que ele entregue o passaporte. Já os advogados do executivo terão que informar ao magistrado como está o processo de tratamento, para que a prisão domiciliar seja reavaliada.
A 33ª fase
Nesta fase, as investigações da Operação Lava Jato se voltaram para a Queiroz Galvão.  A empresa é suspeita de formar cartel para fraudar contratos na Petrobras; pagar propina por meio de doação eleitoral e via caixa 2; corromper funcionários público e políticos; interferir na CPI da Petrobras e manter funcionários no exterior, longe da ação da Justiça brasileira.
A 33ª etapa foi batizada de "Resta Um" porque, segundo a Polícia Federal, a Queiroz Galvão era a última empreiteira que faltava na investigação sobre formação de cartel na Petrobras.

Esta é a segunda prisão de Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide de Moraes em decorrência da Lava Jato.
Em novembro de 2014, eles foram detidos na 7ª fase e soltos dias depois por determinação da Justiça.
Em nota, a Construtora Queiroz Galvão informou que está "cooperando com as autoridades e franqueando acesso às informações solicitadas". A reportagem tenta contato com a defesa dos demais envolvido
Novas provas
"Há indícios, que incluem a palavra de colaboradores e um vídeo, de que 10 milhões de reais em propina foram pagos pela Queiroz Galvão com o objetivo de evitar que as apurações da CPI tivessem sucesso em descobrir os crimes que já haviam sido praticados até então", segundo o Ministério Público Federal (MPF).

"Temos um novo contrato, num valor bastante alto, um contrato de R$ 1,2 milhão, que está sob análise pericial para demonstrar que foi usado para pagamento de propina", disse a delegada da Polícia Federal Renata da Silva Rodrigues.

Além disso, segundo a delegada, foi decisivo para as investigações o vídeo que mostra a negociação entre operadores e o então presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), para esvaziar a CPI sobre suspeitas de superfaturamento nas obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

"Embora houvesse relatos da reunião, só recentemente o vídeo foi compartilhado pelo Supremo Tribunal Federal e passível de ser usado nas investigações. Ele mostra de forma muito clara a atuação das pessoas, num encontro de lobistas com operadores financeiros, agentes públicos e parlamentares. No nosso entender, demonstra uma atuação direta dos investigados para obstruir as investigações", disse Renata.

Segundo a delegada, o vídeo foi entregue às autoridades pelo dono da sala comercial em que ocorreu a reunião. Ele seria amigo do operador Fernando Baiano.
Fonte: G1

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