sexta-feira, 12 de agosto de 2016

OLIMPÍADAS

"Me chamam de veado", desabafa Caio Bonfim após 4º lugar na marcha atlética



Caio Bonfim surpreendeu o mundo do atletismo nesta sexta-feira (12) ao chegar na quarta colocação da marcha atlética masculina. A cinco segundos de estar no pódio, o brasileiro celebrou o grande desempenho e desabafou contra as críticas descabidas que recebeu.
Na marcha atlética, o participante precisa se movimentar o mais rápido possível, mas não pode correr. Ou seja, a todo momento, pelo menos um de seus pés precisa tocar o solo. O atleta, para cumprir a regrar, acaba fazendo um movimento semelhante a uma "rebolada", o que leva aos xingamentos homofóbicos.
"Hoje em Sobradinho (DF) eu recebo muito mais incentivo, mas ainda ouço xingamentos. Eu não devo nada a Brasília, ao Brasil, nada, porque eu não tive apoio. Mas quando eu chego em casa minha família me dá apoio e eu continuo pela minha família."
Caio, que já tinha participado de Londres-2012 e ficou em sexto lugar no último mundial, fechou a prova em 1:19:42, apenas cinco segundos atrás do australiano Dane Bird-Smith (que levou o bronze) e 28 atrás do campeão Zhen Wang (CHI). 
"Dei tudo, fiz a melhor volta da minha vida", disse ele ao ser questionado sobre se estava satisfeito com seu desempenho. "Quando você consegue dar tudo, você sai com o copo cheio, de alegria, esperança. O capitalismo vende a medalha e todo mundo quer a medalha, mas ser o quarto lugar num esporte que não é o mais popular é fantástico."
Caio Bonfim fez uma segunda metade de prova muito forte, saindo do 22º lugar para se consolidar na quarta posição a partir do quilômetro 16.

Troca do futebol pelo atletismo

Vindo de uma família de atletas, Caio tem história longa com o esporte, mas já houve época em que corria atrás da bola.
Ele a chegou a atuar nas categorias de base do Brasiliense, clube de sua terra natal, o Distrito Federal. A experiência não foi longe, e ele preferiu a marcha atlética.
“A marcha é um esporte lindo, o mais charmoso do atletismo. Eu joguei futebol por 10 anos e troquei o esporte mais popular do país pelo menos popular. Nasci em Brasília que é o pior lugar pra jogar futebol”, brincou ele.

Fonte: Uol Esporte 

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