quinta-feira, 11 de agosto de 2016

MUNDO

África, Paz e Segurança – Episódio 3: Cenário do Sudão do Sul




Especialista sénior da ONU aborda contornos da situação considerada "tensa"; Valéria de Campos Mello fala de unidade necessária para um contexto de perigo; última extensão do mandato da missão de paz termina esta sexta-feira.
Refugiados suk-sudaneses. Foto: Acnur/N.Rost

As Nações Unidas atuam para manter a paz e proteger civis vulneráveis na capital sul-sudanesa Juba e em outras áreas marcadas por confrontos e atos de violência do país.
A ONU considera a situação tensa e que "piora a situação humanitária e dos direitos humanos".
Evolução
Falando para a série sobre paz e segurança em África, produzida pela Rádio ONU, em Nova Iorque, a analista das Nações Unidas Valéria de Campos Mello fez uma leitura das complicações e divergências que acenderam os confrontos**.
"Chegamos a uma situação de crise de liderança nas autoridades do país com o conflito de dimensao étnica, infelizmente. A etnia Dinka, do presidente Salva Kiir, e a etnia Nouer, do vice-presidente Riek Machar. Vemos que a retomada do conflito é em larga escala. A situação é extremamente preocupante e está levando ao deslocamento de populações dentro do país."
Rivalidade
A responsável pela região da África Austral e do Oceano Índico no Departamento de Assuntos Políticos das Nações Unidas revela como o cenário de instabilidade envolve diretamente os dois principais líderes sul-sudaneses.
"Existe uma falha das lideranças atuais em considerar o bem do país, a tendência de perpetuar esses conflitos étnicos e a rivalidade entre o presidente e o vice-presidente agora com o anúncio de que seria nomeado um outro para substituir o vice-presidente Riek Machar, que está ausente. Há, ao mesmo tempo, a questão de como realmente conseguir que o mandato das Nações Unidas seja realmente operacionalizado."
O papel da ONU na mais nova nação do mundo inclui proteger civis, lidar com a questão humanitária e com abusos de direitos humanos. Mas Campos Mello disse que essa postura deve merecer mais uma maior atenção internacional após a violência recente.
"Com as dificuldades que estão surgindo sabemos que vários países estão retirando suas forças da missão, com ou sem o acordo das Nações Unidas. Esse é um outro desafio da organização, ou seja, como manter a unidade no contexto que está cada vez mais perigoso e isso temos que reconhecer. Nós temos a urgência e o imperativo moral de garantir que as forças das Nações Unidas sejam ativas no contexto da proteção."
Mandato
Esta sexta-feira termina o mandato da Missão da ONU no país Unmiss, que foi renovada em finais de julho.
Foi no mês em que combates voltaram com mais intensidade, que a  Unmiss  documentou 120 relatos de violência sexual e estupro cometidos por soldados uniformizados e homens à paisana contra civis.
As vítimas incluíam menores em torno da Casa das Nações Unidas e em outras áreas de Juba.
O conflito no Sudão do Sul marcou o terceiro episódio da série África, Paz e Segurança que na sequência destaca os esforços para garantir sociedades mais pacíficas como prevê o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 16.

Fonte: Rádio das Nações Unidas 

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