terça-feira, 9 de agosto de 2016

MUNDO

Trump gera polêmica ao citar lei sobre armas em relação a Hillary

Imprensa e políticos interpretaram fala como sugestão de violência.
Campanha do republicano diz que ele se referia apenas a 'poder político'.


Donald Trump discursa na University of North Carolina em Wilmington, na Carolina do Norte, na terça (9) (Foto: Reuters/Eric Thayer)Donald Trump discursa na University of North Carolina em Wilmington, na Carolina do Norte, na terça (9) (Foto: Reuters/Eric Thayer)
O candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, gerou nova polêmica na terça (9) ao citar a Segunda Emenda da Constituição, que se refere ao direito de portar armas, quando falava de sua adversária, Hillary Clinton.
Muitos interpretaram sua fala como uma sugestão de violência contra a rival, mas a campanha do republicano garante que ele tinha em mente apenas o "poder político" dos defensores de armas.

Em um comício em Wilmington, na Carolina do Norte, Trump falou sobre a escolha de um novo juiz para a Corte Superior, já que o próximo presidente será responsável por nomear o substituto de Antonin Scalia, morto em fevereiro. Acredita-se que, caso Hillary ganhe a eleição, ela deve nomear alguém que seja favorável a um maior controle de armas.

Foi então que ele disse: “Hillary quer abolir, essencialmente abolir, a Segunda Emenda”, disse. “A propósito, e se ela conseguir escolher seus juízes, não tem nada que vocês possam fazer, pessoal. Embora o pessoal da Segunda Emenda talvez tenha, não sei. Mas vou dizer a vocês, esse será um dia horrível”.

Muitos interpretaram a fala como uma sugestão ao uso de violência contra Hillary ou um juiz nomeado por ela. “Donald Trump na terça disse que ‘a Segunda Emenda’ pode ser a única forma de impedir que Hillary Clinton consiga nomear juízes federais se ela ganhar a eleição presidencial em novembro”, escreveu o site Politico, num tom seguido por diversos outros jornais e sites.

A revista Esquire, por exemplo, disse que “Donald Trump pareceu sugerir a violência como um remédio caso Hillary Clinton vença a eleição em novembro e assuma a presidência”. O jornal britânico “The Guardian” publicou uma matéria sobre o assunto com o título “Trump sugere o assassinato de Hillary Clinton pelos defensores dos direitos às armas”.

O discurso também gerou muitas críticas nas redes sociais, inclusive de políticos. O senador Chris Murphy, de Connecticut, se dirigiu diretamente ao republicano ao dizer: “Isso não é brincadeira. Pessoas instáveis com armas poderosas e um ódio desequilibrado a Hillary estão te ouvindo”.

O congressista Eric Swalwell, de East Bay escreveu que “Donald Trump sugeriu que alguém mate a secretária Clinton. Devemos levar em consideração as palavras das pessoas. O Serviço Secreto precisa investigar a ameaça Trump”.

O ex-enxadrista russo Garry Kasparov, presidente da ONG Fundação de Direitos Humanos, comparou Trump a Putin e criticou duramente seu discurso. “Os seguidores de Putin frequentemente ‘brincam’ sobre líderes da oposição serem assassinados...então eles são mortos e não é brincadeira”, escreveu. “Trump brincando sobre alguém atirando em Hillary é doente e perigoso. É como pessoas desequilibradas se inspiram a matar. Isso banaliza a violência”, prosseguiu. “Não é questão de dar a ordem para matar. Criar a cultura de violência, ódio e impunidade é suficiente. Matar sem consequências”, postou ainda.

'Poder político'
Após a repercussão negativa do discurso, a campanha de Donald Trump emitiu um comunicado, assinado pelo conselheiro chefe de comunicações, Jason Miller, dizendo “Isso se chama o poder da unificação – o pessoal da Segunda Emenda tem uma personalidade maravilhosa e está tremendamente unido, o que dá a eles grande poder político. E, este ano, eles estarão votando em número recorde, e não será em Hillary Clinton, será em Donald Trump”. 

Já a campanha de Hillary Clinton respondeu através de seu chefe, Robby Mook: “Isso é simples – o que Trump está dizendo é perigoso. Uma pessoa que busca ser presidente dos Estados Unidos não deveria sugerir violência de forma alguma”.
Fonte: G1 

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