segunda-feira, 29 de agosto de 2016

FUTEBOL


Técnico entende público baixo e diz que violência é problema social



Apenas 7.836 torcedores foram ao estádio do Morumbi na tarde ensolarada deste domingo. Com capacidade para quase 80 mil torcedores, a sensação era de um Cícero Pompeu de Toledo praticamente vazio. E mesmo ciente da necessidade de voltar a vencer, principalmente em casa, o técnico Ricardo Gomes evitou criticar a torcida e fez uma mea culpa em relação ao que o time vem apresentando em campo.
“A gente trabalha para que o estádio fique cheio, com muita vibração, mas isso é uma troca. Time puxa torcida e torcida puxa time. Você não pode exigir estádio cheio sem qualidade de espetáculo, e essa troca ainda não aconteceu sem ser na Libertadores”, opinou o treinador, que ainda não sabe medir o quanto o protesto de sábado vai atrapalhar a concentração do time na sequência da temporada.
“Cada cabeça uma sentença. Todos são seres humanos. Os torcedores, nós, a diretoria, a imprensa… E cada um tem sua sensibilidade. Não posso falar muito porque não conheço muito bem o grupo para saber como cada um reage. Assim como Chavez e Cueva chegaram agora. Estou montando um time no meio da competição. Os dois entraram bem, mas há um processo de conhecimento de todo o São Paulo no meio da temporada, que visava à Libertadores e voltou sem esse objetivo”, disse o comandante, que até agora somou apenas dois empates e uma derrota desde que assumiu o comando do time.
Ricardo Gomes não queria falar sobre os atos de violência que alguns torcedores organizados protagonizaram no sábado, dentro do CT da Barra Funda. Mas, não conseguiu escapar das perguntas e externou sua visão apontando responsabilidades a todos e culpando, de forma geral, o problema social em que o país se encontra.
” Se eu responder curto, vou ser mal entendido. É algo extremamente complexo, por isso quero falar do time. Isso envolve problema social, político e quem conhece mais o São Paulo poderia ficar mais à vontade para falar. Eu estou chegando e gostaria de falar do campo. Espero que não aconteça mais. Não só para o São Paulo, mas para todos os clubes. Tudo isso não é um problema do clube, do Estado. É do país, do brasileiro. E a imprensa é o quarto poder, que precisa ajudar nesse tema. Quem teve tempo e condição de estudar precisa ajudar”, avisou. “Passamos perto de uma coisa triste”, completou, dando a dimensão do ocorrido na véspera do empate com o Coritiba.
Confira outros trechos da entrevista coletiva de Ricardo Gomes:
Pressão nos garotos
“Eles podem melhorar o time e é o que temos também. Gilberto está lesionado e agora coloquei o Pedro, que está chegando ao profissional. Ele e o Araújo têm muito potencial, com certeza, mas o ideal seria apostar em um jogador mais experiente para um momento deste. Mas, como são formados aqui, podem entender a situação”.
Reforços
“Conversei com Gustavo, René e o presidente. Estamos pensando nisso”.
Blindagem de jogadores agredidos
“Sim, faremos tudo para o melhor do São Paulo. Usaremos todos os meios para recuperar Wesley, Carlinhos, jogadores bons e que chegaram aqui pelo que fizeram na carreira. Não foram apostas. Eram jogadores confirmados. É difrente de apostar em um garoto. Eles e o Michel Bastos são confirmados pelo passado que têm fora daqui e no São Paulo. Esses dez dias até o (jogo contra o) Palmeiras servirão para isso também, para recuperá-los e, com eles, o time jogará melhor”.

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