Em viagem de ônibus, Haddad defende ampliação do rodízio em SP
Prefeito foi questionado por passageiro no trajeto entre Itaquera-Centro.
CET defende que restrição aos carros seja aplicada em vias da periferia.
com passageiros (Foto: Marcio Pinho/G1)
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), defendeu nesta sexta-feira (10) a proposta de ampliação do rodízio para avenidas importantes fora do Centro Expandido.
Após evento em Itaquera, na Zona Leste, o prefeito voltou para a Prefeitura de ônibus, em uma viagem que durou menos de 50 minutos.
Ao subir, deu bom dia a diversos passageiros que olhavam surpresos com o companheiro de viagem que teriam. Um deles arriscou puxar assunto. "Sou motorista de perua. Admiro as gestões do PT e o que fazem pelo transporte" disse ele lembrando Marta Suplicy e a criação do Bilhete Único. Ele falou rapidamente com três passageiros e sentou-se ao lado da vice-prefeita Nádia Campeão e perto do secretário Jilmar Tatto. Passou quase a viagem toda no mesmo banco.
Um dos passageiros abordados foi Joedson de Lima, que viajava com a mulher e o filho. Após a saudação do prefeito, lembrou-se de perguntar, em tom crítico, como ficaria o trânsito na Zona Leste com o novo rodízio pretendido pela Prefeitura. "Como vai ficar a Radial com essa ampliação?" questionou. "Vou ter que ir cortando por dentro, vai ficar ruim de andar", disse o passageiro, que é inspetor de alunos e está de férias.
O prefeito respondeu ao passageiro com outra pergunta. Haddad questionou se não seria possível Joedson usar ônibus uma vez por semana.
Haddad pegou a linha 4310-10 na estação de transferência de Itaquera por volta das 11h44. O veículo partiu dois minutos depois e levou cerca de 48 minutos para chegar ao Terminal Parque Dom Pedro.
Segundo a Secretaria dos Transportes, a linha está sendo chamada de "linha ouro" porque passou de 12 mil para 35 passageiros transportados por dia após a reorganização de linhas na Zona Leste e a adoção da faixa exclusiva de ônibus na Radial Leste. O tempo de viagem caiu em média de uma hora para 40 minutos.
Haddad também conversou bastante com o analisa de sistemas Eduardo Vinícius, de 21 anos, que elogiou o prefeito por vetar um projeto contra bailes funk e o que proibiu ouvir música alta nos ônibus. Depois, disse: "Vou aproveitar também para perguntar. Como está o Rede Hora Certa. Eu li que tem equipamento que não funciona." Haddad respondeu: "O jornal já deu alguma noticia boa que você lembre?". Depois, deu detalhes sobre o andamento do programa, que teve cinco unidades entregues em dezembro (mas que estavam prometidas para estar funcionado em agosto do ano passado).
Ao final da viagem, após ouvir críticas e elogios e fazer um contato relativamente discreto com o público, Haddad deixou o ônibus biarticulado e aprovou o serviço. "O que conta no transporte é o horário", disse.
Ampliação do rodízio em debate
Antes, ainda em Itaquera, Haddad afirmou que a ampliação do rodízio está em debate. “Se A CET, que é composta de técnicos faz um estudo, eu sou obrigado a levar ao conhecimento do público e ao conselho municipal de transporte para que, a partir de um debate, nós possamos tomar uma decisão”, disse Haddad.
Antes, ainda em Itaquera, Haddad afirmou que a ampliação do rodízio está em debate. “Se A CET, que é composta de técnicos faz um estudo, eu sou obrigado a levar ao conhecimento do público e ao conselho municipal de transporte para que, a partir de um debate, nós possamos tomar uma decisão”, disse Haddad.
Aos jornalistas, ele disse acreditar que a medida vai melhorar o transporte público na periferia e disse não temer desgaste com os motoristas na cidade.
Estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentado na quinta-feira (9) aponta que o rodízio de veículos na capital paulista deve ser implantado em 371 km de avenidas e ruas em 35 eixos viários. Ao todo, 400 vias arteriais entrariam na restrição de veículos. As vias arterias são geralmente controladas por semáforos, ligam as vias secundárias e locais e possibilitam a integração entre regiões da cidade.
Para entrar em vigor, segundo a Secretaria Municipal de Transportes, é preciso que o prefeito Fernando Haddad faça a regulamentação das mudanças por meio de um decreto. A proposta ainda vai ser apresentada, em 15 de janeiro, em reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte.
Implementado em 1997, o rodízio impõe restrição à circulação de automóveis entre as 7h e as 10h e das 17h às 20h na área denominada minianel viário, o Centro Expandido. Por conta das férias, o rodízio está suspenso até dia 13 de janeiro.
Ganho de velocidade
Caso o novo modelo proposto seja adotado, o ganho de velocidade média na cidade, no horário de pico da manhã, seria de 8,5%, passando de 18,9 km/h para 20,5 km/h. A lentidão na cidade diminuiria em 13%, segundo a CET.
Caso o novo modelo proposto seja adotado, o ganho de velocidade média na cidade, no horário de pico da manhã, seria de 8,5%, passando de 18,9 km/h para 20,5 km/h. A lentidão na cidade diminuiria em 13%, segundo a CET.
Já nas vias arteriais de São Paulo, a velocidade média passaria de 15 km/h para 16,8 km/h e a lentidão nas vias cairia 20,3%. Nas vias coletoras, a velocidade média passaria de 12,9 km/h para 13,4 km/h, aumento de 3,8%, e o congestionamento reduziria em 3%. De acordo com a CET, o novo modelo de rodízio permite a circulação entre os bairros, já que é possível transpor ou cruzar as vias restritas.
Na Zona Leste, pelo estudo da CET, o rodízio atingiria a Radial Leste, a Avenida Jacu-Pêssego e Avenida Aricanduva. Na Zona Norte, as avenidas Braz Leme, Engenheiro Caetano Álvares e General Edgar Facó estão na nova lista.
A medida chegaria, ainda, às avenidas Jornalista Roberto Marinho, Washington Luís e Interlagos, na Zona Sul. Na Zona Oeste, as Avenidas Eliseu de Almeida, Francisco Morato e Escola Politécnica devem entrar na proibição.
FONTE: G1
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