terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Parlamento da Ucrânia rejeita moção de censura ao governo

Premiê pediu desculpas pelos abusos policiais dos últimos dias.
Manifestantes estão nas ruas em protestos pró-União Europeia.


Manifestantes marcham em direção ao Parlamento da Ucrânia, em Kiev, nesta terça-feira (3) (Foto: AFP)
Manifestantes marcham em direção ao Parlamento da Ucrânia, em Kiev, nesta terça-feira (3) (Foto: AFP)

O Parlamento da Ucrânia rejeitou nesta terça-feira (3) uma moção de censura contra o governo do premiê Nikolai Azarov.
A moção teve 186 votos, quando precisava de 226. Outra censura, do Partido Comunista da Ucrânia, deve ser votada ainda nesta terça.
Milhares de ucranianos protestaram contra a votação, pedindo a renúncia do governo, encurralado por uma mobilização popular que não cede desde que rejeitou se associar à União Europeia (UE).
"Vergonha!", gritavam os presentes, que seguravam bandeiras ucranianas ante a Rada (Parlamento), protegida por um cordão de centenas de agentes das forças de segurança.
Pouco antes, Azarov pediu ao parlamentares que não repitam a chamada "Revolução Laranja" de 2004, que derrubou o governo após manifestações de rua.
Ele pediu desculpas pelo uso da força policial contra manifestantes pró-União Europeia, ocorrida nos últimos dias em Kiev.
Presidente na China
Em meio à crise, o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, viajou nesta terça para a China.
Além da ira nas ruas e dos políticos da oposição, o presidente enfrenta uma crescente pressão dos mercados internacionais, o que eleva o risco de uma crise financeira.
No domingo, 350 mil pessoas protestaram contra Yanukovich em Kiev, e milhares mantêm barricadas e piquetes junto a prédios públicos, numa crise que novamente expõe a divisão existente no país entre o leste, associado linguisticamente à Rússia, e o oeste, que tem idioma próprio e se sente mais próximo da Europa.
A moeda, os títulos públicos e as ações de empresas da Ucrânia estão sendo fortemente pressionados por causa da crise.
O banco central precisou ir a público declarar que as poupanças estão protegidas, e o ministro das Finanças disse que o país continua e continuará pagando suas dívidas.
"A Ucrânia é um devedor confiável e está cumprindo impecavelmente, e irá cumprir, todas as suas obrigações no prazo", disse Yuri Kolobov em declaração transmitida na terça-feira pela TV estatal.
Mesmo assim, o custo do seguro da dívida ucraniana contra um calote, que já estava no seu nível mais elevado desde setembro, voltou a subir na terça-feira, enquanto o governo busca bilhões de dólares para pagar parcelas da sua dívida e importar gás no ano que vem.
Falando ao Parlamento, o ex-pugilista e hoje líder de oposição Vitaly Klitschko, do partido Udar ("soco"), exigiu a renúncia do presidente. "Não faça nada estúpido - não se deixe guiar e ao país para um beco sem saída", afirmou.
A oposição quer uma moção de não confiança contra o governo do primeiro-ministro Mykola Azarov, que, no entanto, continua tendo sólida maioria parlamentar. Azarov disse que a crise tem "todos os sinais de um golpe de Estado".
FONTE: G1

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