quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Manifestantes antigoverno atacam sede da polícia na capital da Tailândia

Policiais não reagiram à invasão de oposicionistas.
Manifestantes querem a queda da premiê Yingluck Shinawatra.


Manifestante corta arame farpado na sede da polícia em Bangcoc, na Tailândia, nesta quarta-feira (4) (Foto: Pornchai Kittiwongsakul/AFP)
Oposicionista corta arame farpado na sede da polícia em Bangcoc, na Tailândia, nesta quarta-feira (4) (Foto: Pornchai Kittiwongsakul/AFP)
Manifestantes antigoverno atacaram nesta quarta-feira (4) a sede da Polícia Nacional em Bangcoc, capital da Tailândia, após derrubarem os blocos de concreto que protegiam uma das entradas e não encontrarem resistência por parte dos agentes de segurança.
O incidente acontece um dia depois que milhares de manifestantes ocuparam momentaneamente a sede do governo e da Polícia Metropolitana do país, onde no domingo (1°) e na segunda-feira (2) houve confrontos com a polícia, que usou gás lacrimogêneo e canhões com jatos d'água.
No quartel da Polícia Nacional, dezenas de opositores do governo arrastaram blocos de cimento e retiraram as cercas de arame farpado que protegiam o local. Os manifestantes foram observados por cerca de mil policiais, que tinham ordens de não intervir.
No interior da Tailândia, um dos líderes do movimento leu um comunicado em frente a um representante policial para expor suas reivindicações, que incluem a renúncia do governo da primeira-ministra do país, Yingluck Shinawatra, a quem acusam de corrupção.
Estava previsto que os manifestantes deixassem o local logo e paralisassem as atividades para respeitar a celebração do 86º aniversário do monarca tailandês Bhumibol Adulyadej, nesta quinta-feira (5).
O líder do movimento opositor, o ex-vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, revelou que os protestos serão retomados nesta sexta-feira (6) para erradicar o que ele classifica como "regime de Thaksin", em referência ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 em um golpe militar.
Suthep acusa a atual premiê de ser um "fantoche" de seu irmão mais velho, Thaksin, que segundo os opositores governa a partir do exílio em Dubai, onde vive para evitar a prisão após ter sido condenado a dois anos por corrupção.
Yingluck disse que seu governo quer evitar novos episódios de violência e se propôs a dialogar com acadêmicos, empresários, especialistas e manifestantes para discutir sobre reformas políticas e estipular uma saída democrática para a crise.
"A situação política atual em nosso país ainda não voltou à normalidade, mas está mais tranquila", disse Yingluck em um breve pronunciamento televisivo.
A primeira-ministra fez um pedido de união ao povo para celebrar o aniversário do monarca tailandês – autoridade moral, sem papel político, venerada pela maioria dos cidadãos.
Na terça-feira (3) à noite, Suthep voltou a insistir em sua proposta de substituir o governo por um "conselho popular" não eleito, opção que Yingluck rejeitou dias antes, por considerar inconstitucional.
A polícia prendeu sete estudantes por terem supostamente incendiado vários veículos policiais durante os distúrbios que ocorreram na madrugada de terça-feira perto da sede do governo.
Segundo o jornal "Bangcoc Post", os agentes também apreenderam garrafas e bolsas de plástico com gasolina e álcool, navalhas, tacos de golfe, pequenos explosivos e balas.
Manifestantes antigoverno varrem ruas em frente ao Monumento da Democracia em Bangcoc, na Tailândia. (Foto: Vincent Thian/AP)Manifestantes antigoverno varrem ruas onde ocorreram confrontos em Bangcoc (Foto: Vincent Thian/AP)FONTE: G1

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