terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Atentado com carro-bomba contra a polícia deixa 14 mortos no EgitoPouco depois do atentado, cometido no norte do país, um assessor do primeiro-ministro Hazem Beblawi afirmou à agência oficial Mena que o chefe do governo havia classificado a Irmandade Muçulmana de "organização terrorista"
Cairo - Um atentado com carro-bomba contra um edifício da polícia matou 14 pessoas nesta terça-feira (24/12) no Egito, em uma tentativa, segundo as autoridades, de dificultar a transição do país em direção à democracia. Pouco depois do atentado, cometido no norte do país, um assessor do primeiro-ministro Hazem Beblawi afirmou à agência oficial Mena que o chefe do governo havia classificado a Irmandade Muçulmana de "organização terrorista".

Carro fica destruído, após explosão perto de prédio de segurança no Delta do Nilo, na província Dakahlyiao, no Egito (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)
Carro fica destruído, após explosão perto de prédio de segurança no Delta do Nilo, na província Dakahlyiao, no Egito

A Irmandade Muçulmana é o grupo do qual o presidente islamita Mohamed Morsy, deposto pelo exército em julho, é proveniente. Esta declaração tem, sobretudo, um alcance político, diante da proximidade do referendo constitucional de janeiro, primeiro passo para celebrar eleições legislativas e presidenciais ao longo de 2014 e boicotado pela Irmandade Muçulmana.

Não parece uma mudança que gerará consequências imediatas para o grupo, já proibido em virtude de uma sentença judicial que foi alvo de recurso. A Mena publicou pouco depois declarações do próprio primeiro-ministro nas quais ele não acusa diretamente a Irmandade. Afirma que "o terrorismo não conseguirá dificultar" a transição e que "os assassinos serão perseguidos de acordo com o que estipula a lei".

As novas autoridades dirigidas de fato pelos militares costumam acusar a confraria de ajudar e financiar os autores de ataques cometidos contra as forças de segurança desde a deposição de Morsy, primeiro presidente eleito democraticamente no país. "Não é nada surpreendente que Beblawi, o primeiro-ministro fantoche da junta militar, decida se aproveitar do sangue dos egípcios inocentes com declarações incendiárias destinadas a criar mais violência, caos e instabilidade", responderam em um comunicado os membros da Irmandade Muçulmana, que condenam duramente o atentado.

Assim como Morsy, quase toda a liderança da confraria está atrás das grades e é alvo de investigações judiciais. Foram detidos durante a implacável repressão do governo, dirigido de fato pelo exército, contra os manifestantes partidários de Morsy. Esta campanha terminou com mais de mil mortos e milhares de detidos.


FONTE: CORREIO BRAZILIENSE 

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