quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Transporte no DF

Representantes do GDF faltam a depoimento sobre área do transporte


DFTrans, Secretário de Transportes e TCB foram convidados pela Câmara. Grupo Amaral e ex-consultor acusam GDF de ilegalidades em intervenção.

O diretor-geral do DFTrans, Marco Antonio Campanella, o secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, e o presidente da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), Carlos Alberto Kock, não compareceram à Comissão de Assuntos Sociais da Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta terça-feira (5) para para prestar esclarecimentos sobre supostas irregularidades no transporte público coletivo no Distrito Federal. ...

Como haviam sido convidados, e não convocados, a presença dos representantes do GDF não era obrigatória. Na semana passada, Campanella já havia estado na Câmara para falar sobre a gestão do órgão. Ele negou qualquer irregularidade no DFTrans.

O empresário e ex-senador Valmir Amaral, representante do Grupo Amaral, e o engenheiro José Weber Arnault, contratado como consultor pela TCB no processo de intervenção do GDF nas empresas de Amaral, foram os únicos que prestaram depoimento durante a sessão.

A presidente da comissão, deputada Celina Leão (PDT), criticou a ausência dos convidados e sugeriu propor um requerimento de convocação para forçar os membros do governo a comparecer à comissão. "Os que não se fazem presentes é porque não querem debater o tema", disse.

Grupo Amaral
Em depoimento à sessão, o empresário Valmir Amaral se disse "roubado" pelo governo do Distrito Federal durante a intervenção, que tem o nome jurídico de assunção, nas empresas do grupo. Segundo ele, os ônibus tomados pelo GDF durante o processo de intervenção não foram devolvidos ao grupo.

Em entrevista ao G1, o ssecretário de transportes e o presidente da TCB disseram que os bens do grupo estão sendo catalogados para que sejam devolvidos à família do ex-senador.

Amaral disse que a intervenção nas empresas do grupo pelo governo foi irregular. "Invadiram a garagem da empresa em plena segunda-feira. Arrombaram os cofres e levaram dinheiro, mais de R$ 500 mil, de cinco garagens em São Sebastião, Paranoá, Planaltina, Sobradinho e da garagem central", disse.

Ele disse ainda que a empresa tinha lucro e que não pediu ajuda do GDF para uma intervenção ou para pagar a rescisão de funcionários. "[O GDF] colocou R$ 15 milhões em empresa particular do meu pai sem ele pedir um centavo. Nunca ouvi falar uma coisa dessas. Receber R$ 15 milhões do governo."

Ele também afirmou que cerca de 900 funcionários da empresa ficaram sem trabalhar, recebendo salário, durante negociação do governo com os empresários das linhas de ônibus. O GDF anunciou que vai pagar as verbas trabalhistas dos funcionários das empresas de transporte e depois cobrar das empresas. A conta de todas as concessionárias é estimada em R$ 120 milhões, R$ 30 milhões dos quais com funcionários do grupo Amaral.

"A gente não precisa que o governo pague R$ 30 milhões de rescisão para nossos funcionários", disse. "Sou contra esse benefício que o governo está fazendo ao meu pai e à minha mãe. Eles não precisam desses R$ 30 milhões. Eles têm capacidade de pagar funcionários", disse.

Consultor da TCB
O engenheiro José Weber Arnault afirmou que esteve presente nas garagens do Grupo Amaral durante a intervenção. Ele disse que atuou como consultor da TCB, empresa pública encarregada de reformar e colocar os ônibus do grupo em operação.

Em depoimento ao Ministério Público, Weber afirmou que presenciou casos de suposto superfaturamento na compra de peças e serviços. Durante a comissão, o engenheiro disse que a intervenção no Grupo Amaral serviu "somente para roubalheira".

Segundo o ex-consultor, ele esteve presente no dia da intervenção e afirmou ter presenciado os cofres das garagens do grupo sendo abertos e o dinheiro sendo retirado. "Eu disse que não poderia fazer porque era [dinheiro] de arrecadação", disse.

Ao G1, o presidente da TCB negou todas as denúncias e afirmou que entrou com uma queixa contra Weber na 2º Delegacia de Polícia do DF por suposta tentativa de extorsão de fornecedores. “Eu não tinha conhecimento do caráter do Weber e por isso o contratei. Depois as histórias foram surgindo”, disse.

Weber afirmou que não recebeu o salário referente a dois meses de trabalho para a TCB. "Não comungo com esse tipo de coisa. Prefico ficar sem receber. No segundo mês que me recusei a assinar documentos, sofri muita humilhação."

A presidente da comissão, Celina Leão, disse que vai enviar as notas taquigráficas dos depoimentos ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle da CLDF, que ouviu na semana passada o diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella.
Fonte:  BLOG DO SOMBRA

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