Suspeito de atirar em família em Mogi deixa hospital com sondas
Polícia se recusou a recebê-lo por causa das condições de saúde.
Pai e filha de 5 anos morreram; mãe também foi baleada.
O homem suspeito de atirar contra uma família em um ponto de ônibus em Mogi das Cruzes (SP) em 9 de novembro recebeu alta médica na quinta-feira (21). Ele foi encaminhado para a cadeia pública do município em uma base móvel da Polícia Militar, apesar de ainda estar com sondas. No entanto, ao chegar no local, a polícia se recusou a recebê-lo. "Para os médicos do sistema carcerário, ele não poderia dar entrada na cadeia da forma como estava. Por isso, voltou para o hospital", explica o delegado que cuida do caso, Luiz Roberto Biló.
Ele estava internado no Hospital Luzia de Pinho Melo com escolta policial desde o fim de semana do crime. Segundo a polícia, ele se envolveu em uma briga em Suzano e foi baleado. Ele é apontado como o autor dos disparos que mataram uma menina de 5 anos e o pai dela em um ponto de ônibus. A mãe da criança, que também estava no local, também foi baleada, mas sobreviveu. A Justiça decretou a prisão temporária do suspeito pelo caso e ele já tinha mandado de prisão por um roubo.
A pedido da polícia, o médico legista Zeno Morrone Júnior avaliou o suspeito na noite de quinta-feira. "Eu pedi para que ele fosse internado novamente porque não tinha condições de ir para a cadeia. Ele estava com duas sondas, uma para alimentação e outra para urinar. Eu conversei com delegado e fiz um encaminhamento para um hospital", contou Morrone.
O G1 solicitou e aguarda informações da Secretaria Estadual da Saúde sobre a alta do paciente e também se ele voltou para o Hospital Luzia de Pinho Melo, onde estava internado anteriormente.
O G1 também tenta localizar o advogado do suspeito.
Reconhecimento
A sobrevivente, de 28 anos, ficou internada no mesmo hospital onde o suspeito recebeu atendimento. Ela chegou a reconhecê-lo quando recuperou os sentidos, um dia após ter sido baleada, mas voltou atrás na terça-feira (19) e mudou o seu depoimento dizendo que o suspeito era inocente. A polícia diz que a nova versão não muda a linha de investigação e o homem ainda é considerado suspeito. Na quarta-feira (20) ela recebeu alta médica e, desde então, está sendo mantida em um local secreto, longe do ambiente familiar.
A sobrevivente, de 28 anos, ficou internada no mesmo hospital onde o suspeito recebeu atendimento. Ela chegou a reconhecê-lo quando recuperou os sentidos, um dia após ter sido baleada, mas voltou atrás na terça-feira (19) e mudou o seu depoimento dizendo que o suspeito era inocente. A polícia diz que a nova versão não muda a linha de investigação e o homem ainda é considerado suspeito. Na quarta-feira (20) ela recebeu alta médica e, desde então, está sendo mantida em um local secreto, longe do ambiente familiar.
A Polícia Civil informou na quinta-feira que levou a testemuna para um local "seguro e fora do ambiente familiar". Segundo familiares, a mulher foi escoltada pela polícia ao sair do hospital. Ela não voltou para casa e não está abrigada na residência de parentes. "Desde que ela saiu do hospital não falamos mais com ela. A polícia disse que ela fará contato quando for seguro", explicou a irmã Nailma Duarte.
Segundo o delegado Luiz Roberto Biló, a medida tem como objetivo proteger a vítima, que é a única sobrevivente do crime e uma das testemunhas do caso. "Ela não está escoltada, mas foi levada para fora do ambiente familiar, em local seguro", disse. A mulher já prestou novo depoimento à polícia, mas o teor não foi divulgado.
Carta ao Papai Noel
De acordo com a polícia, no dia do crime a família seguia para uma agência dos Correios, onde a criança deixaria uma cartinha para o Papai Noel.
A carta foi entregue à tia da criança. "A minha sobrinha tinha escrito a carta para o Papai Noel junto com os irmãos e minha irmã estava indo ao centro da cidade para entregar nos Correios. O que aconteceu deixou todo mundo chocado", disse Nairlei.
Na cartinha, a menina pedia uma boneca para o Papai Noel. "Gostaria que nesse Natal você me desse uma boneca numa caixa grande. Obrigada por você existir, que Deus esteja sempre no seu caminho", dizia a carta. Segundo a Polícia Militar, a menina foi atingida por cinco tiros e morreu a caminho do hospital.
Entenda o caso
As três vítimas estavam em um ponto de ônibus na Avenida Lourenço de Souza Franco, no distrito de Jundiapeba.
As três vítimas estavam em um ponto de ônibus na Avenida Lourenço de Souza Franco, no distrito de Jundiapeba.
Segundo a Polícia Civil, o motorista do coletivo disse que avistou a menina e os pais correndo para o ponto do ônibus e dando sinal de parada quando se aproximava do ponto por volta das 10h55 de 9 de novembro.
"O autor dos disparos estava sentado no ponto, com uma mochila ao lado. Quando o ônibus parou, o homem teria perguntado para a mãe da criança: 'você é fulana de tal?'. A vítima fez sinal que não com a cabeça e entrou no coletivo. O suspeito sacou a arma e o homem de 63 anos deu um tapa na arma, que caiu no chão", contou o delegado César Donizete Benedito, da Delegacia Seccional.
O atirador pegou a arma do chão e disparou duas vezes contra o homem, que caiu e morreu no local. "Sem pena nenhuma, o suspeito começou a atirar na mulher, que caiu no degrau do ônibus e segundo as testemunhas pedia para que ele não atirasse na criança", declara o delegado. Segundo a Polícia Civil, o homem morreu no local e a criança faleceu a caminho do hospital.
FONTE: G1
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