quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Restos mortais de João Goulart são recebidos com honras de chefe de EstadoA cerimônia contará com a presença da presidente Dilma Rousseff e outras autoridades, além de uma tropa com mais de 100 militares

Com honras de chefe de Estado, os restos mortais do ex-presidente João Goulart chegaram por volta das 12h desta quinta-feira (14/11) na Base Aérea de Brasília. A cerimônia contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, ministros, deputados e senadores, além de uma tropa mista formada por mais de 100 militares das Forças Armadas. Familiares de Jango também participaram da cerimônia.
Cerimônia de chegada a Brasília dos restos mortais do ex-presidente João Goulart (Roberto Stuckert Filho/PR)
Cerimônia de chegada a Brasília dos restos mortais do ex-presidente João Goulart

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor também acompanharam a cerimônia. Fernando Henrique Cardoso, que se recupera de uma diverticulite, não pode participar da homenagem.

Deposto pelo regime militar (1964-1985), Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina. Os restos mortais de Goulart saíram de São Borba (RS) por volta das 7h40 em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Peritos que realizaram a exumação também estavam a bordo da aeronave.

Ao desembarcar do avião, a urna com os despojos do ex-presidente foi conduzida por soldados e posicionada na entrada do hangar do Grupo de Transportes Especial (GTE). Houve a execução do Hino Nacional e uma salva de 21 tiros de canhão.

Depois das homenagens, 12 batedores com fuzileiros navais e a Polícia do Exército escoltaram a urna até o Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal, onde será realizada a análise pericial. O corpo de Jango permanece na capital federal até 6 de dezembro.

A presidente Dilma Rousseff disse, pelo Twitter, que a solenidade de honra ao ex-presidente João Goulart "é uma afirmação da democracia" no Brasil, que se consolida com este gesto histórico. "Hoje é um dia de encontro do Brasil com a sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas por exames periciais".

Exumação

Os restos mortais de Goulart foram exumados na quarta-feira (13/11), em São Borja. Peritos optaram por retirar e armazenar os gases de dentro do local, que serão analisados em laboratório, pois existe a possibilidade de encontrar no material substâncias que estavam no corpo. 

Jazida onde peritos exumaram os restos mortais de João Goulart (Caroline Rossasi/UNIPAMPA)
Jazida onde peritos exumaram os restos mortais de João Goulart

A exumação de Jango foi pedida por parentes à Comissão Nacional da Verdade com o objetivo de determinar se o ex-presidente foi realmente vítima de um infarto, como consta na versão oficial, ou se foi assassinado por agentes da Operação Condor, organizada por ditaduras militares latino-americanas, nas décadas de 1980 e 1990, para exterminar opositores políticos.

O procedimento ocorre em duas etapas. A primeira etapa é a análise antropológica, que detalhará informações sobre substâncias venenosas que eram usadas no Brasil, na Argentina e no Uruguai e podem ter causado o envenenamento do ex-presidente. Nesse momento serão reunidos dados médicos e pessoais do ex-presidente. Além disso será feita a análise do DNA. A segunda etapa constará do exame toxicológico dos restos mortais de Goulart para confirmar se houve envenenamento.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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